Há alguns anos o mercado das carnes exóticas vem despertando cada vez mais o interesse dos chefs, a curiosidade da clientela e consequentemente o desejo de criadores. Carnes como javali, faisão, jacaré, paca, avestruz, rã, dentre muitas outras, já são o ingrediente principal em diversos pratos. Prova disso é que hoje em dia é muito mais fácil ter essas carnes exóticas oferecidas nos cardápios restaurantes e vendidas em mercados mais especializados para serem preparadas em casa.
Carnes exóticas são geralmente denominadas assim quando provenientes de animais não usuais para o consumo, assim como as carnes de animais silvestres ou de espécies de caça. A docente dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unoeste, Juliana Pampana Nicolau, explica que apesar de crescente, o mercado formal de carnes exóticas ainda é muito pequeno no país: “o que ainda prevalece no país é o mercado informal, clandestino”.
Segundo dados de abate do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), no ano de 2017, foram registrados abates oficiais de javali (65 animais), avestruz (886 animais) e coelho (44.595 animais). Rã e jacaré são classificados como pescado e são abatidos oficialmente também no Brasil. No entanto, não há registro de abates oficiais de paca e capivara no mesmo período, entretanto o consumo existe.
“Basta perguntar para alguma pessoa conhecida que goste dessas carnes e você saberá que alguém consumiu uma dessas carnes, mas dificilmente uma delas terá comprado em local assistido pelos órgãos de inspeção ou vigilância”, ressalta Juliana
Tal fato comprova a informalidade deste mercado. Porém, mesmo que de forma lenta, o mercado informal está diminuindo no país, principalmente para a carne de jacaré, que é uma das grandes promessas neste nicho de mercado. Hoje já há no Brasil diversos criadores e frigoríficos designados à criação e abate exclusivos de jacarés, sempre seguindo toda a legislação.