A indústria frigorífica brasileira é atualmente muito desenvolvida, técnica e eficaz. Prova disso é sua forte geração de renda e emprego. Hoje, temos plantas frigoríficas gigantescas em todo o território nacional, que exportam para todo o planeta, além de abastecer o crescente mercado interno.
Porém, em decorrência de alguns casos que afetaram a imagem das grandes empresas do setor, caso da Operação Carne Fraca e diversos problemas judiciais, a indústria frigorífica brasileira vem se transformando e pequenos e médios frigoríficos começam a ganhar força neste competitivo mercado.
Assim, muitos destes pequenos e médios negócios começam a ponderar investimentos para abocanhar parte deste mercado. E o primeiro passo para isso é fazer o planejamento para aumentar a capacidade de produção. Entenda, então, como pequenos e médios frigoríficos devem se planejar para conseguir aumentar suas produções.
Planejamento: fundamental para pequenos e médios frigoríficos crescerem
O mercado frigorífico brasileiro é caracterizado por ser altamente competitivo e bastante agressivo, onde as transformações são constantes. Por isso, ações estratégicas e muito planejamento são fundamentais para todo frigorífico que visa aumentar sua capacidade produtiva.
Planejamento deve englobar todos os níveis da empresa que, quando bem conduzidos e medidos, aumentam consideravelmente as chances de sucesso de pequenos ou médios frigoríficos.
Lucas Ferriani, zootecnista e gestor comercial da Barra Mansa Alimentos, indica que praticamente todos os setores do frigorífico necessitam de planejamento. Os fatores fundamentais que precisam de planejamento são: Planejamento de compra, manejo de curral, abate, desossa, carregamento e entrega.
Além disso, Ferriani sugere mais uma variável fundamental para aqueles frigoríficos que trabalham com diferentes mercados (cuja exigência é maior): “Para mercados mais exigentes é muito importante ponderar uma boa classificação de carcaças”.
Como não se perder no planejamento?
Par que seja eficiente e traga bons resultados produtivos, a programação de crescimento da produção deve ser controlada com boa antecedência.
Ferraini explica que normalmente a compra de matéria prima (bovinos) é feita de três a 10 dias antes do dia de abate, “isso é o suficiente para planejar uma prévia do que se vai produzir”, diz.
Após o abate há ainda um dia de maturação sanitária, momento em que o frigorífico pode precisar os volumes que serão desossados. Então para não se perder, Ferraini acha importantíssimo estar atento a entrada de mercadorias.
Por fim, a indústria frigorífica pode trabalhar com diferentes marcas e mercados. Assim, para que o frigorífico mantenha uma boa gestão, a segmentação no abate pode ser fundamental.
Ferraini indica que essa segmentação pode ser realizada através de processos de classificação e tipificação de carcaças, “assim é possível antecipar o que vai ser produzido na desossa”.