Há anos, o uso do EPS (poliestireno expandido), popularmente conhecido como Isopor®, esteve presente em diversos debates sobre sustentabilidade. Mas com o maior acesso às informações e a divulgação de trabalhos acadêmicos sobre a reciclagem do material, muita gente tem se conscientizado de que, assim como outros plásticos, ele também é 100% reciclável.
Apesar disso, ainda permanece no mercado a ideia de que embalagens produzidas com o material não são seguras para o acondicionamento de alimentos naturais e processados. Para se ter uma ideia, em 2016, um projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados propôs que o uso do EPS para o acondicionamento de alimentos (naturais e processados) e bebidas fosse proibido em todos os estabelecimentos comerciais do país.
Diante desse cenário controverso, o Centro de Tecnologia de Embalagem do Instituto de Tecnologia de Alimentos (CETEA/ITAL) desenvolveu um relatório para averiguar a segurança das embalagens para alimentos feitas com EPS (Isopor®) e apontou que elas podem, sim, entrar em contato com alimentos, sejam eles frios, quentes, sólidos ou líquidos, sem oferecer riscos.
O relatório atesta, ainda, que o material é um plástico inerte e atóxico, que não contém CFC (Clorofluorcarboneto) e HCFC (Clorodifluorometano), não contamina a água, o ar ou o solo, não causa danos à camada de ozônio e nem contribui para a formação de gases do efeito estufa ao ser descartado no lixo.
Para chegar a essas conclusões, o CETEA/ITAL reuniu informações técnicas sobre o produto e o processo de fabricação das embalagens, incluindo as legislações vigentes no Brasil, no Mercosul, nos Estados Unidos e na União Europeia, além das questões ambientais envolvidas.
A engenheira de alimentos Camila Fraga explica que o EPS não apresenta reação alguma ao corpo humano. “Ele possui baixa condutividade térmica, é quimicamente inerte e é resistente a óleos, água e ácidos. Devido às suas características e benefícios, é um material bastante utilizado para proteger e acondicionar alimentos. A única recomendação, dada a qualquer outro tipo de embalagem, é que a embalagem seja lavada antes do uso para tirar qualquer resíduo ou até poeira que tenha se concentrado ali”, afirma.
Para evitar contaminações relacionadas à higiene, a vigilância sanitária brasileira possui normas que exigem uma proteção entre o EPS e os produtos embalados. “Todo alimento que é acondicionado dentro de uma embalagem de Isopor® precisa ter algum tipo de proteção, pode ser um plástico ou papel colocado entre ambos, mas vale a pena repetir: o EPS é completamente atóxico”, ressalta a especialista.
Sobre o estudo realizado pela instituição, a engenheira de alimentos destaca sua importância, principalmente, no que diz respeito a desmistificação do produto. “Ele mostra que as embalagens para alimentos de EPS não só não prejudicam o meio ambiente, como também beneficiam a economia”, finaliza.
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