O Brasil busca sua recuperação perante a grave crise econômica recente. E isso, é claro, acaba impactando diretamente na rotina das pessoas, principalmente no que diz respeito aos seus hábitos de consumo. Prova disso é que, em 2016, houve uma perda de 6% no faturamento do comércio devido à mudança do comportamento do consumidor que, mais temeroso em relação ao futuro, resolveu segurar mais o dinheiro. Além disso, conforme levantamento realizado pela Tendências Consultoria Integrada, o poder de compra do brasileiro caiu 9% em dois anos.
“Atualmente, a primeira opção para atenuar os efeitos que o contexto político-econômico traz é a adoção de marcas mais baratas, seguida por redução do volume consumido. Ainda assim, racionando, alimentos e bebidas são os mercados que menos sofrem e perdem espaço entre os gastos desse consumidor de nível socioeconômico médio no país”, destaca Raquel Ferreira, especialista em atendimento do consumidor da Nielsen Brasil.
Mas essa mudança não é imposta apenas pela situação econômica do país, há também outros fatores importantes que a indústria de alimentos e bebidas precisa conhecer. “É importante ficar atento às tendências em relação ao envelhecimento da população, aos Millenials, que podem dar longevidade às marcas, e aos novos formatos de canais de compra, cada vez mais tecnológicos”, enfatiza.
Confira, a seguir, aspectos relacionados à mudança de comportamento do consumidor que vão além da economia e que todo gestor da indústria de alimentos e bebidas precisar ficar atento.
1. A saudabilidade entre as marcas
Alimentos saudáveis estão cada vez mais fortes no mercado, e o consumidor se mostra mais consciente e exigente em relação ao processo de fabricação da sua comida e ao desperdício causado nos processos produtivos. Além disso, ele está lendo rótulos e buscando alimentos mais funcionais e favoráveis à sua saúde.
2. Promoções
Devido à situação econômica, os consumidores passaram a escolher produtos que oferecem opções de reembolso, tais como promoções, embalagens retornáveis, que acumulam pontos e descontos fidelizados, entre outros. Aliado a isso, estão mais atentos a alimentos que tragam maior custo/benefício.
3. Envelhecimento do consumidor
No Brasil, 48 milhões de pessoas têm mais de 50 anos. E é justamente a longevidade que vai aumentar a demanda por produtos que sejam pensados para atender exclusivamente às necessidades desse grupo de pessoas.
4. Crianças com poder de decisão
Apesar da queda da natalidade da população brasileira de 20% para 15%, estudos mostram que as crianças seguem exercendo um papel importante quando o assunto é consumo. Elas são capazes de reconhecer uma marca e associá-la corretamente a um produto desde muito pequenas, podendo escolher facilmente a que mais lhe agrada com apenas cinco anos de idade.
5. Mercado de nicho
Os itens de massa vêm perdendo força. Não à toa, o consumo de nicho está ganhando cada vez mais espaço na indústria em resposta à essa demanda do consumidor.
As pessoas estão em busca de produtos mais adequados ao seu estilo de vida, aos seus valores e às suas necessidades particulares. Nesse ponto, podemos incluir nichos mais específicos, como o de alimentos orgânicos, veganos, os voltados aos intolerantes à lactose, glúten, etc.
6. Busca por conveniência
O novo consumidor busca a praticidade da compra realizada por telefone ou por sistemas de e-commerce, que oferecem o serviço de entrega em domicilio sem custos extras.
Em paralelo a isso, saem na frente os locais que investem em uma boa experiência do consumidor, que proporcionam ambientes acessíveis, confortáveis e seguros para seus clientes.
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