A produção de tilápias no Brasil tem demanda maior do que a oferta. Por isso, existe a necessidade de uma piscicultura mais profissional e em maior volume é tamanha, tanto que atualmente o Brasil precisa importar boa parte do pescado consumido no país.
Como nosso objetivo por aqui é incentivar a agricultura e pecuária nacional por meio de dicas práticas e informações relevantes, neste texto vamos abordar um dos principais obstáculos que produtores brasileiros precisam enfrentar a fim de aumentar a produção de peixes: a sanidade dos animais.
Quais os principais problemas e doenças?
Todas os animais estão suscetíveis às situações de estresse consequentes da criação em cativeiro (tanques-rede). Na criação de tilápias, fatores como a densidade de peixes (número de animais por litro de água) e composição química da água (oxigênio e amônia) favorecem o desconforto das tilápias e, consequentemente, geram estresse.
Isso é extremamente ruim para o produtor, uma vez que o estresse favorece o surgimento de doenças, queda na produtividade e mortalidades pontuais - ou seja, quanto maior o estresse das tilápias, maior o prejuízo do produtor.
De todas as doenças registradas na criação de tilápias podem ser classificadas em virais, fúngicas, parasitárias e bacterianas.
Enquanto as virais e fúngicas são extremamente raras e, quando ocorrem, são tratadas com mais facilidade, as doenças parasitárias e bacterianas são as mais comuns e danosas à piscicultura brasileira.
Mas afinal, quais são essas doenças?
Columnariose: conhecida entre os produtores apenas como “podridão das nadadeiras”, a columnariose é muito mais recorrente em peixes jovens (larvas, alevinos e juvenis) e, geralmente, é consequência de manejo estressante e alta temperatura da água.
Hemorragia: causadas por bactérias móveis, também são acompanhadas por exoftalmia (projeção dos glóbulos oculares “para fora”) e presença de líquidos sanguinolento na pele, nadadeira e órgãos internos. Na maioria das vezes é uma consequência de manejo inadequado e condições climáticas adversas.
Estreptococoses: doença que mais causa prejuízos econômicos na criação de tilápias ao redor do mundo. Causada pela bactéria Streptococcus sp., presente em águas de má qualidade, seus principais sintomas são exoftalmia (olho saltado), ascite (barriga inchada), encefalite (nado em rodopio) e lesões na cauda.
Fatores de risco para a sanidade das tilápias
Como mencionado no início, todas as doenças comuns na criação de tilápias geralmente estão associadas ao estresse dos animais decorrentes da criação em cativeiros (tanques-rede).
Portanto, podemos listar como principais fatores de risco da criação de tilápias:
- Alta densidade de peixes adultos por tanque;
- Temperaturas descontroladas e inconstantes;
- Erros operacionais no manejo;
- Manejo inadequado dos animais;
- Alta taxa de alimentação;
- Deficiências nutricionais.
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