Nos últimos anos tornou-se indiscutível a proporção que o segmento de bacon ganhou no dia a dia de consumidores. Aqui no Brasil, muitas hamburguerias especializadas se multiplicaram, assim como os pratos que usam essa iguaria em muitos restaurantes.
Com a amplitude do segmento de bacon, cresceu também a possibilidade de novas aberturas de mercado. Prova disso é que a indústria já não trabalha isolada na produção deste produto, com ela ganhando a companhia dos charcuteiros, responsáveis por preparar a peça de forma artesanal.
Por isso, diante da elevação da competitividade é cada dia mais importante conhecer este segmento e o mercado a ele associado, para assim adotar estratégias para se diferenciar e se destacar.
Mercado brasileiro de bacon é promissor
De coadjuvante a protagonista de muitos pratos, o bacon certamente ocupa uma parcela importante na alimentação mundial. Sua produção é relativamente simples, basicamente usa-se a barriga suína e um processo de salga a seco. Após o período de salga a peça é submetida a cozimento e defumação.
Mas apesar da facilidade de produção, especificamente para o Brasil há ainda muito espaço para crescer. Para Edson Navarro, consultor da Curato Escola de Charcutaria Artesanal, ainda há poucas opções à disposição do consumidor. “O segmento de bacon no Brasil é muito promissor, mas ainda com poucas opções para o consumidor final”, diz.
Essa constatação é compartilhada por Henry Rolin, conhecido como “O cara do Bacon”, da F.A Defumados. Segundo ele, mesmo com a alta no consumo de bacon no Brasil, ainda estamos longe se compararmos a outros países como USA e Inglaterra. Para ele, esse ainda baixo consumo se dá por uma questão cultural. “No Brasil tanto os suínos quanto o consumo de bacon sempre foram relacionados com carne gordurosa e prejudicial à saúde”, opina.
Mas acerca de 15 anos esse mito está sendo quebrado e os médicos já indicam carne suína como a melhor opção quando o assunto é carne magra e gordura boa. Dessa forma, além de saboroso e rentável, o processado de produção de bacon também pode romper os mitos e também integrar a dieta dos mais preocupados com a saúde.
Como se diferenciar no segmento de bacon?
Como já falado anteriormente, quando comparados a outros países – que apresentam uma diversidade enorme de bacon, as opções de estilos dentro do segmento de bacon são muito básicas em nosso país.
“Nos EUA, por exemplo, é bastante comum encontrarmos opções de produtos com baixo teor de sal e muitas opções de bacon já fatiado. Lá fora, existem peças com estilos de defumação diferente, temperos diferentes, formatos diferentes, mas ainda não vemos esse conceito aqui no Brasil”, explica Navarro. Exatamente por isso, o segmento de bacon tem um mercado que ainda pode crescer muito no Brasil. Assim, algumas possibilidades podem ser adotadas por indústrias e charcutarias de todo o país.
Neste sentido, segundo Navarro, seguir o exemplo americano pode representar uma excelente estratégia para se diferenciar e atingir um maior número de consumidores do país. “Essa seria uma forma de destacar-se no mercado. O segmento precisa desenvolver e apresentar novas variações do produto para o consumidor interno”, indica.
Outra estratégia para se diferenciar no segmento de bacon é investir em produtos artesanais, que vem sendo bastante procurados por consumidores. O “cara do Bacon” cita o exemplo da F.A Defumados: “Aqui na F.A. DEFUMADOS desde o início buscamos fazer nossas peças sempre de forma artesanal e sem injeções químicas. Creio que este diferencial fez toda a diferença para o nosso crescimento”, acredita Rolin.
Hoje em dia, até hamburguerias têm seu próprio bacon artesanal para servir com hambúrguer ou em porções onde o bacon é o ingrediente principal. Porém, para que possa se destacar nesse segmento de bacon artesanal, o charcuteiro deve estudar muito cada tipo de charcutaria que ele quer fazer, incluindo o conhecimento profundo em ciência da carne, biologia e química.
“Muitos processos na charcutaria dependem de tempo, umidade, ventilação e o controle rígido das bactérias boas que ajudam no processo de cura e fermentação, tentar acelerar esses processos não é uma boa ideia”, finaliza o Cara do Bacon.