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Principais tendências na produção de carne suína

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A produção de carne suína é dinâmica e exige atenção do suinocultor. Por isso, conhecer as principais tendências e inovações é essencial.

Na cadeia produtiva das proteínas animais, a carne suína é líder mundial de consumo, principalmente pela sua ampla versatilidade e seu baixo teor de gordura. Nesse cenário internacional, a produção de carne suína no Brasil se mantém firme na quarta colocação, tanto na produção quanto na exportação.

Mas muitos são os percalços recentes deste mercado que podem afetar as tendências mais otimistas da produção de carne suína dentro do Brasil, tais como instabilidade econômica, pandemia da Covid-19 e recuperação da produção da carne suína na China.

Em contrapartida, o suinocultor brasileiro está ficando mais tecnificado, com infraestrutura, genética e gestão, que fazem com que essa atividade atinja níveis de produtividade bastante elevados.

Diante deste cenário, conversamos com Elsio Figueiredo e Marcelo Miele, pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves para entender quais são as principais tendências da produção de carne suína no Brasil, assim como as inovações que têm auxiliado o suinocultor neste sentido.

 

Tendências para o mercado de produção de carne suína brasileira

Em função da sua organização, infraestrutura de produção e de processamento, pontos de venda e consumidores, o mercado de carne suína tende a seguir a mesma trajetória de anos anteriores. Neste cenário, os pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves salientam que a produção de carne suína brasileira ocorre praticamente da mesma forma.

“Os suínos brasileiros têm sido produzidos da mesma maneira e para os mesmos produtos há décadas, ou seja, são adotados sistemas integrados com agroindústrias que, na sua maioria produzem suínos para transformá-lo nos produtos mais tradicionais, muito apreciado pelas etnias Italiana, germânica, polonesa, portuguesa (Nordeste, Mineira, Paulista, Sulista), japonesa, principais consumidores de carne suína”, observa Elsio Figueiredo.

Assim, segundo Figueiredo e Miele, as tendências que acontecem nesse mercado são muito mais relacionadas à forma de preparação dos pratos, caso dos pratos prontos de fabricação industrial. Os pesquisadores salientam também que esse mercado se esforça muito para elevar o consumo interno da carne suína. 

 “No Brasil há um grande esforço do segmento organizado no marketing e divulgação dos benefícios do consumo da carne suína (ABPA, ABCS, e das próprias empresas)”, explica Marcelo Miele. 

 

Inovações permitem elevar a produtividade e a qualidade da carne suína

Na suinocultura brasileira, muitas são as inovações que visam a elevação da produtividade e da qualidade da carne suína. E, segundo os pesquisadores da Embrapa, essa é uma tendência bastante forte dentro do mercado da carne suína.

 “O mercado de carne suína é de alto risco. As margens para produção, processamento, distribuição, logística são muito estreitas e concorridas. As inovações têm auxiliado mais na condução do negócio de carne suína do que em produtos, isto é, novas formas de se organizar a produção, melhorar a logística, equipamentos na produção e no abate e nas indústrias de processamento, bem-estar animal e desenvolvimento de embalagens”, explica Miele. 

Além disso, as inovações visam facilitar o atendimento das normativas de defesa sanitária animal, biosseguridade, licenciamento das operações de produção e processamento, sustentabilidade, reciclagem dos resíduos, aditivos para nutrição, cadeia e equipamentos do frio, rastreabilidade e uso de softwares e imagens.

Mas apenas as inovações não bastam, é preciso também adotar soluções para otimizar a produção. Assim, antes de qualquer grande inovação, é preciso demandar total atenção à planilha de custos, prazos, entregas, compromissos, normativas, tendências e informações do mercado de carnes e de grãos e da defesa sanitária animal e da biosseguridade. Também é essencial estar sempre atento aos programas de qualidade e às exigências dos consumidores.

 

O mercado da carne suína é muito dinâmico e isso exige total atenção

O processo de produção de carne suína é muito dinâmico. Assim, os pesquisadores da Embrapa ressaltam que a cada nova informação em um mundo cada vez mais globalizado, exige total atenção da cadeia produtiva da carne suína.

“A abertura ou fechamento de um mercado exige mudanças de curto prazo, como venda antecipada, ou aumento do alojamento, aquisição de insumos, reestruturação de setores das indústrias”, diz Figueiredo. No médio prazo ele cita as mudanças planejadas de acordo com o sucesso e a estabilidade do negócio, “aí entram as aquisições e vendas de ativos imobilizados”.

Em resumo, a produção de carne suína é uma cadeia longa e muito organizada, que dificulta inovar o produto final pela mudança que se provoca no fluxo, mas muito ágil para inovar no processo, que é o que tem sido feito com muito mais regularidade e eficácia.

 

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