O alta nos preços da carne bovina impulsionou as vendas de suínos e aves não só no mercado interno, como também no exterior. Segunda a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne de frango cresceram 19,7% em janeiro, comparado ao mesmo período de 2021. Já a carne suína teve um aumento de 18,2% nos embarques. A China segue sendo o maior comprador de ambas.
Os produtos avícolas, considerando in natura e processados, totalizaram 349,1 mil toneladas, no valor de 616,9 milhões de dólares, um acréscimo de 42% no faturamento de janeiro do ano passado. Entre os produtos suínos, embarcaram 63,1 mil toneladas, que gerou uma receita de 160,7 milhões, representando um aumento de 9,7%.
O analista da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, afirma que o aquecimento da economia internacional, seguido da desvalorização da taxa de câmbio brasileira, está impulsionando a exportação.
“O fator abre uma janela de oportunidades para a exportação maciça de produtos do agronegócio nacional, dentre os quais, insumos de uso primário e imediato à produção de animais confinados, como milho e soja, e de produtos com valor agregado como carnes bovina, suína e de frangos”, indica Sandi.
O maior comprador de ambos os produtos continua sendo a China, que teve incremento de 4,6% na compra de frango, com 48,3 mil toneladas importadas, e queda de 3,5% na carne suína, com 31,4 mil toneladas.
Os produtores de aves brasileiros conquistaram outro grande mercado internacional, os Emirados Árabes Unidos que teve um crescimento de 96,6%, totalizando 42,8 mil toneladas. A União Europeia também aumentou as suas importações em 53,5%, com 18,1 mil toneladas.
A saúde das criações de frango no Brasil, que estão livres da Influenza Aviária que prejudica a produção nos países da União Europeia, Ásia e África, também vem influenciando o crescimento da exportação.
Entre os suínos, depois da China, os maiores compradores são Filipinas, com 4,4 mil toneladas (+569,2%), Argentina, com 4,1 mil toneladas (+58,8%) e Singapura, com 3,4 mil toneladas (+40,2%).
O acréscimo no valor da exportação ajuda a compensar os altos custos na produção das proteínas. Segundo dados da Embrapa de dezembro de 2021, o custo para o produtor de suínos cresceu 6,76% e de aves aumentou 19,79% nos últimos 12 meses.
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