É fundamental que a indústria possua um programa rígido de controle de qualidade e segurança dos alimentos. Afinal, é este tipo de iniciativa que garante a integridade dos produtos na mesa dos consumidores e, inclusive, permite que a empresa tenha mais vantagem competitiva no setor.
Com um bom programa de controle de qualidade, é possível manter as boas práticas de segurança dos alimentos em todas as etapas da cadeira. Assim, fica mais fácil evitar eventuais problemas que possam gerar punições ou prejudicar a imagem e a reputação da marca.
Além disso, um bom programa de controle de qualidade garante que a empresa siga as normas vigentes de segurança dos alimentos e cumpra o atendimento às expectativas dos clientes.
Siga com a leitura deste artigo e saiba quais as principais práticas para garantir a segurança dos alimentos!
A importância de uma política de segurança dos alimentos
"A oferta de um alimento seguro é um dever de toda indústria de alimentos e bebidas e, em cada etapa do processo de produção dos alimentos, deve haver essa preocupação. A implementação das Boas Práticas é essencial e importante para que todos os procedimentos adotados pela indústria minimizem as possibilidades de contaminação dos alimentos, que podem colocar risco a saúde do consumidor, além de preservar a imagem da empresa, sua credibilidade e a confiança que o cliente tem na marca, como uma marca segura para consumo", explica Mayara Vale, consultora de alimentos.
É importante reforçar que atividades, como a escolha dos produtos adequados, a checagem da qualificação dos produtos e uma política de segurança dos alimentos, são responsabilidades do setor. Garantir a qualidade dos alimentos engloba uma série de atitudes e fatores que vão atestar a preservação das características nutricionais e sanitárias dos produtos.
Boas práticas para a segurança dos alimentos
1. Conhecimento das legislações
Para Mayara, o primeiro passo para uma boa política de segurança dos alimentos é o conhecimento profundo das legislações sanitárias de Boas Práticas de Fabricação, direcionadas aos tipos de alimentos produzidos no local.
"É fundamental que gestores, líderes e suas equipes conheçam a fundo estas normas e que suas exigências sejam cumpridas no dia a dia do processo. Além disso, as equipes precisam ser capacitadas com frequência e os procedimentos de Boas Práticas devem fazer parte da rotina de suas operações", complementa.
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que garantem a qualidade sanitária e a conformidade dos alimentos com os regulamentos técnicos. Dessa forma, elas ajudam no preparo, armazenamento e venda dos alimentos de maneira adequada e segura.
É importante dizer que a legislação brasileira traz uma série de regulamentos que estabelecem os critérios de boas práticas para a fabricação. Eles são publicados pela ANVISA e devem ser de conhecimento da indústria. Só assim é possível manter a empresa adequada às normas vigentes.
2. Monitoramento de processos
"É essencial que todos os gerentes e suas equipes conheçam muito bem os processos da indústria e, principalmente, os pontos críticos de controle. Ou seja, qualquer ponto da operação ou etapa do processo de fabricação que necessite de medidas preventivas de controle com o objetivo de prevenir ou evitar falhas/perda de qualidade dos alimentos", recomenda Mayara.
De acordo com a especialista, para atingir este patamar, é preciso monitorar constantemente todos os pontos da operação. Afinal, é só assim que será possível garantir que o processo esteja dentro das conformidades e mantenha a segurança dos alimentos até a distribuição.
"O Programa APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) é fundamental para que a indústria alcance excelência em seus processos, além de ser um pré-requisito para que as indústrias de alimentos conquistem certificações como a ISO 22000", complementa.
3. Padrões de qualidade na apresentação
O controle de qualidade e segurança dos alimentos também engloba as características que afetam a decisão de compra do consumidor. Portanto, é preciso adotar processos que também entendam o que o consumidor busca e qual a sua percepção sensorial e em relação às embalagens dos produtos, entre outros.
Assim, muito mais do que cumprir com os padrões exigidos por lei, é preciso, também, buscar diferenciais e vantagens competitivas. E isto só será possível a partir de uma proximidade e entendimento profundo das necessidades dos consumidores.
4. Certificações de origem
Por fim, é essencial conhecer e acompanhar a origem dos alimentos e matérias-primas. E é exatamente por isso que a rastreabilidade de alimentos tem se tornado um assunto tão discutido.
Além das certificações que já existem, como o programa Sisbov (Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Búfalos), que ajuda no controle da venda de carne, deve-se adotar algumas medidas preventivas, entre elas, o recolhimento da produção exposta à venda antes que cause algum impacto na saúde pública.
Neste sentido, a tecnologia tem muito a contribuir, uma vez que já é possível encontrar sistemas que facilitam o rastreamento dos itens e permitem a tomada de decisões em tempo real.
Independentemente dos processos adotados, no entanto, a segurança dos alimentos deve ser uma prioridade em toda a cadeia produtiva. Portanto, este é um tema que deve receber uma atenção especial, além de ser monitorado e revisto constantemente.