A tecnologia RFID para alimentos permite usar a frequência de rádio para a captura de dados. Com isso, é possível armazenar um número de série que identifique as informações de um produto e rastreá-lo em tempo real durante toda a cadeia.
"RFID se refere à Radio Frequency Identification, ou Identificação por radiofrequência, uma técnica que usa ondas de rádio emitidas pelos leitores RFID, por meio de antenas, e que atingem etiquetas inteligentes (TAGs), que por sua vez respondem ao sistema informando um número único contido dentro delas. Este número é denominado EPC – Electronic Product Code, ou Código Eletrônico do Produto, padrão GS1 para identificação. Algo similar à leitura de um código de barras, mas sem a necessidade de um campo visual direto com o produto. É um processo muito mais rápido e é capaz de realizar leituras em grandes volumes, de uma única vez", explica Luiz Renato Martins Costa, assessor de educação da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.
O RFID para alimentos é fundamental na Indústria 4.0 e pode gerar grandes vantagens para a sua empresa. Siga com a leitura e entenda melhor como implementá-lo!
Como funciona a implementação do RFID para alimentos?
"Processos automatizados de identificação avançada de produtos são potencializados pela implantação dessa tecnologia, que se baseia na instalação de leitores de radiofrequência, capazes de capturar informações contidas dentro de etiquetas inteligentes", explica Costa.
A tecnologia possui alta capacidade de dados e não requer campo de visão. Além disso, sua durabilidade é alta e permite automatizar processos e obter informações adicionais sobre um lote, conforme a tabela a seguir:
Como o RFID auxilia na segurança alimentar
Costa ressalta o fato de que a segurança de alimentos envolve processos de rastreabilidade para garantir a procedência, a qualidade e a responsabilidade em produzir mercadorias saudáveis e certificadas: "a implantação do padrão EPC/RFID nesse processo traz ganhos para toda a cadeia de abastecimento e ao consumidor, pois as etiquetas inteligentes (EPC/RFID), que podem ser utilizadas em conjunto com códigos de barras (lineares ou bidimensionais) de identificação, facilitam a rastreabilidade e podem armazenar informações adicionais de um produto como data de produção, data de validade, número de lote e outras informações".
Com isso, a fiscalização se torna mais simples e eficaz. Ao mesmo tempo, o RFID para alimentos inibe práticas que possam prejudicar a segurança do consumidor.
O que é preciso para implementar o RFID para alimentos?
Um sistema RFID básico demanda os seguintes componentes:
Código EPC: identificador global e único, utilizado para identificar unicamente um determinado item. Acomoda as informações do SGTIN – Identificador Global de Item Comercial Serializado, que identifica os produtos no Sistema GS1. O código EPC também pode ser utilizado com todas as chaves de identificação GS1 e seus Identificadores de Aplicação (Ais).
Etiqueta EPC: tem um componente eletrônico (chip semicondutor) com o número de identificação (EPC) gravado e um transmissor conectado a uma antena. Algumas etiquetas permitem a aplicação na superfície dos produtos e têm a capacidade adicional de registrar novos dados.
Leitor RFID: emite ondas magnéticas que energiza a etiqueta RFID por meio de uma antena transmissora / receptora, permitindo que transmita de volta a informação armazenada no microchip. Decodifica, verifica, armazena os dados e se comunica com o computador.
Middleware RFID: sistema computacional responsável por controlar toda a rede de leitores RFID, coletar, filtrar e encaminhar as informações para os sistemas das empresas.
O investimento em um sistema de RFID para alimentos varia muito de acordo com o projeto. "Os sistemas de automação aproveitam o legado de tecnologia das empresas envolvidas e necessitam de softwares e equipamentos como leitores RFID, etiquetas e antenas", complementa o especialista.
Os resultados gerados pela tecnologia
Para você ter uma ideia, a empresa familiar norte-americana Lunds & Byerlys usou o RFID para garantir a temperatura adequada de armazenamento de produtos e, assim, cumprir com a legislação de segurança alimentar. Com isso, o sistema ajudou a empresa a confirmar e acompanhar se cada loja atendia aos requisitos de temperatura.
No Brasil, distribuidoras de alimentos já planejam usar a tecnologia para controlar, também, a validade dos produtos entregues para redes franqueadas.
Com isso, os padrões de segurança alimentar são cumpridos com muito mais qualidade e agilidade. Ao mesmo tempo, as empresas economizam e reduzem o desperdício de produtos.