A necessidade de digitalizar operações industriais está mudando o setor de alimentos e bebidas, exigindo novos modelos de negócio e avanço da tecnologia. Assim, a necessidade de digitalização na indústria de alimentos e bebidas também se configura uma necessidade cada dia mais recorrente.
Em razão das crises econômicas enfrentadas pelo mundo, a tendência é que uma desaceleração econômica de médio prazo afetará o consumo. O dinheiro para novos investimentos está cada dia mais curto nas empresas do setor de alimentos e bebidas. É preciso muito jogo de cintura para digitalizar operações industriais, tornando-as mais eficazes e baratas.
Convidamos Fernando Caprioli, diretor de Serviços da Tetra Pak Brasil, para falar mais sobre o processo de digitalização na indústria de alimentos e bebidas e as estratégias para fazer isso sem gastar muito.
Por que digitalizar operações industriais no setor de alimentos e bebidas?
Em qualquer ambiente industrial, a digitalização significa a incorporação de novas soluções baseadas nas tecnologias digitais à operação da indústria. Segundo Caproli, digitalizar operações industriais permite tomar decisões mais inteligentes e baseadas em dados fornecidos pelas máquinas. “A esse modelo de operação também chamamos de fábrica inteligente ou smart factory”, indica o diretor da Tetra Pak.
Segundo ele, a digitalização precisa ser vista como um grande arcabouço que abrange diferentes tecnologias que podem ser aplicadas em diferentes processos industriais. “O que há em comum nessas tecnologias é o fato de elas permitirem acesso a dados de uma forma mais rápida e simplificada, favorecendo tomadas de decisão ou mesmo permitindo intervenções na operação de equipamentos a fim de evitar paradas não programadas”, explica.
Vale lembrar que agilidade, flexibilidade e cada vez mais métodos e conexões digitais ajudarão a enfrentar os novos desafios. Estes, por sua vez, exigem tecnologia e plataformas atualizadas para serem viáveis, ajudando a digitalizar operações industriais.
Benefícios da digitalização na indústria de alimentos e bebidas
Entre os benefícios da digitalização na indústria estão os relatórios digitais, que concentram em uma única base de dados informações sobre a operação de uma máquina e o produto fabricado nela, evitando que operadores invistam tempo compilando dados manualmente e abrindo espaço para que esta força de trabalho seja direcionada para outras atividades.
Outro exemplo são as soluções de rastreabilidade. Para Caprioli, essas soluções permitem mapear todos os processos realizados em um produto desde o recebimento da matéria-prima até o seu envio para o varejo.
“Além de agregar inteligência à operação fabril, essa é uma solução bastante útil em ações de recall de produtos, pois permite identificar com enorme rapidez e assertividade lotes que precisem ser recolhidos do mercado – potencialmente evitando danos à imagem e reputação de uma marca”, exemplifica.
Por fim, digitalizar operações industriais ajuda a indústria a realizar a manutenção preditiva. Sensores instalados nas máquinas são capazes de identificar problemas operacionais antes que eles resultem na parada do equipamento. “Com essa digitalização, fabricantes de alimentos e bebidas conseguem agir de forma antecipada e programada, evitando perdas na sua produção”, completa o diretor da Tetra Pak.
Para ele, o principal ganho da digitalização é a inteligência adicionada à operação fabril. “As tecnologias digitais são capazes de oferecer dados sobre a operação da indústria, a partir disso é possível realizar análises e tomar decisões mais inteligentes e assertivas.”
Na prática, isso evita paradas não programadas nas máquinas ou o consumo excessivo de produtos por não haver um sistema indicando onde estão as falhas e excessos na sua operação.
Uma operação inteligente, digitalizada e tecnológica eleva a eficiência e produtividade da indústria de alimentos e bebidas. Porém, muitas indústrias estão com potencial de investimento reduzido ou estão mais receosos.
Como gastar pouco para digitalizar operações industriais?
No ambiente industrial, a transformação digital surge como um novo conceito de ideias e comportamentos. O uso da tecnologia e os avanços digitais fazem parte do propósito desse novo modelo e trazem soluções para diversos problemas, mesmo na falta de capital.
A dica do especialista da Tetra Pak é: “comece grande ou comece pequeno, mas nunca deixe de começar”. Segundo Fernando Caprioli, por meio da incorporação de tecnologias simples e que não demandam alto investimento, já é possível notar ganhos expressivos na operação da fábrica. “Investimentos maiores podem ser realizados depois, a depender do nível de maturidade da indústria”, sugere.
Por fim, um ponto chave no debate sobre as fábricas inteligentes e o ato de digitalizar operações industriais é que elas não nascem ou "ficam inteligentes” de uma hora para a outra. “Este é um processo que acontece gradativamente, a partir da adoção de pequenas tecnologias para que então seja possível avançar em novos caminhos e ganhos de eficiência e produtividade”, finaliza.
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