Muitos benefícios e aplicações nos processos modernos de fabricação para a indústria são apresentados pelas enzimas. Segundo estudos do CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia), em muitos processos elas podem substituir substâncias químicas sintéticas e contribuir, inclusive, para o meio ambiente, por meio da biodegradabilidade e pelo menor consumo de energia.
“As enzimas podem ser utilizadas para tratar os desperdícios biológicos do processamento da indústria alimentícia em geral, tornando os resíduos biodegradáveis ou sendo naturalmente absorvidos. Por isso, são chamadas de agentes de tecnologia verde”, explica Magali Carregã, gerente técnica de lácteos da Prozyn.
Um bom exemplo disso acontece com a adição da enzima lipase. Sua incorporação pode aumentar significativamente a eficiência, reduzindo até mesmo os impactos ambientais aos recursos hídricos. Geram, assim, economia ao processo industrial das empresas do setor lácteo. “Uma outra grande vantagem em se utilizar enzimas como as lipases é a remoção de filmes de óleos nas tubulações, resultando no aumento da vida útil dos equipamentos”, pontua.
Indo além da vantagem na gestão da planta fabril, outro importante benefício proporcionado para a indústria é a possibilidade de produção também de produtos sem lactose. “Eles são produzidos com a enzima lactase, que é capaz de hidrolisar a molécula de lactose liberando os monossacarídeos glicose e galactose, os quais são facilmente absorvidos pelo organismo e permitem que intolerantes à lactose possam consumir o leite”, detalha Magali. Com a hidrólise da lactose pela lactase, a doçura no produto final também aumenta, o que propicia produtos derivados do leite com menor adição de açúcar final e, portanto, mais econômicos para a indústria.
O mercado, porém, ainda aguarda regularização dos órgãos competentes para incluir os benefícios nos rótulos de seus produtos. Uma saída encontrada pelo marketing das indústrias é a utilização das redes sociais. “Hoje, com as mídias sociais, tem sido mais fácil esse conhecimento”, finaliza a especialista.