As empresas familiares correspondem a uma grande parcela da economia nacional, sendo responsáveis pelo crescimento de diversos segmentos, incluindo, é claro, a indústria de alimentos e bebidas. Mas apesar da grande penetração dessas organizações nos mais variados tipos de mercado, um diagnóstico nada animador sobre a sua atuação no Brasil e no mundo tem sido desenhado. De acordo com a pesquisa Global Family Business, realizada pela PwC, embora a sucessão seja uma das etapas mais importantes para o sucesso de uma empresa administrada por membros de uma mesma família, apenas 15% delas tratam o assunto da forma correta e somente 12% conseguem chegar até a terceira geração.
A conclusão ocorreu a partir da realização de 2.800 entrevistas em 50 países com tomadores de decisão que atuam em empresas desse tipo. O percentual apresentado é preocupante para quem já tem ou pensa em abrir um negócio familiar, mas com planejamento e uma série de cuidados, o panorama negativo pode mudar.
Claudio Zohar, sócio da Comatrix, empresa de consultoria em gestão com foco em geração de resultados, atribui essa baixa longevidade à dificuldade apresentada por muitos gestores de separar as relações familiares dos negócios.
“Entendemos que uma empresa familiar precisa trabalhar os conceitos de família, propriedade e gestão de forma separada, compreendendo a fronteira entre eles. Isso porque a não separação desses componentes é um dos fatores que levam à desorganização da empresa e a impossibilitam de permanecer por mais gerações”, destaca.
Outro ponto importante desse processo é o crescimento progressivo da família, que começa, em geral, com um casal. Nesse primeiro momento, os recursos da empresa conseguem suprir as necessidades de ambos, mas com a chegada dos filhos, que se casam e têm os seus próprios herdeiros, aquele dinheiro que antes era suficiente, deixa de ser capaz de atender às necessidades da nova configuração familiar, principalmente quando não há outra fonte de renda.
A seguir, confira algumas dicas para fazer com que a sua empresa se mantenha longe dessa estatística e tenha sucesso em sua caminhada.
Chave para a mudança na empresa familiar
A profissionalização da empresa familiar é fundamental para que ela siga crescendo, conforme exemplifica o especialista da Comatrix. “É preciso que todos os profissionais da empresa, inclusive os que fazem parte da família, tenham metas claras e programas de avaliação. Afinal, se na terceira geração, o sobrinho do fundador da companhia desejar assumir uma posição de destaque, por exemplo, ele poderá provar que é qualificado o suficiente porque tem um sistema de avaliação semelhante aos demais”, destaca.
Para mudar a perspectiva em relação à sucessão naos negócio com administração familiar, é preciso, inicialmente, buscar a profissionalização, já que a ausência dela pode provocar, consequentemente, a falta de organização e a derrocada de uma empresa.
Vale, portanto, criar um conselho de família, que terá o dever de discutir as propriedades familiares, um conselho de administração, no qual membros da família participem, assim como outras pessoas importantes para a gestão do negócio, além de um modelo de gestão, que inclui planejamento estratégico com metas, indicadores e sistema de avaliação.
“Entendemos que o amadurecimento desses modelos é um fator fundamental para a longevidade da companhia”, comenta Claudio Zohar.
Nesse processo, também é preciso que os familiares tenham clareza de que o dono da empresa nem sempre é o melhor presidente e de que, muitas vezes, a pessoa certa para tomar as decisões da empresa é alguém que não pertence diretamente ao núcleo familiar.
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