Seguindo uma importante tendência do mercado mundial, que tem investido na personalização de produtos, a indústria de biscoitos embarca nessa onda e aposta nas bolachas com formatos variados e criativos. A novidade já conquistou a imaginação do consumidor brasileiro. Por outro lado, trouxe um importante ponto de interrogação: é possível desenvolver esses biscoitos sem que as partes descartadas não provoquem desperdício e um possível prejuízo?
A resposta é sim. Claudio Zanão, presidente executivo da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), explica que a indústria desenvolveu dois processos básicos na fabricação desse tipo de produto, ambos permitem a produção de formatos variados sem qualquer perda.
“Um deles é o moldado. Há uma massa e você molda o biscoito como quiser”, explica Zanão, utilizando como exemplo uma massa de modelar, utilizada por crianças. “E, se você vai fazer a massinha no seu próprio molde, não vai ter desperdício.” O outro processo, conhecido como estampado, utiliza uma espécie de lâmina para fazer o contorno numa massa pré-cozida. “Então, se você tem uma manta e vai estampar, cria um retalho. Só que a massa ainda não está cozida, então é possível utilizá-la depois, normalmente. Não tem qualquer perda”, explica.
A única maneira de ocorrer desperdício é quando há um erro no momento de assar. “Assou demais, assou de menos, não está no padrão, então vai ser rejeitado”, garante Zanão. Uma exceção ocorre quando o biscoito passou só um pouco do ponto – e pode ser vendido, por um preço menor, nas lojas adjacentes à fábrica.
Para evitar o desperdício, o setor de biscoito trabalha com um conceito rigoroso: o controle de processo. “A indústria precisa de um padrão para cada produto, porque quer vender algo semelhante, sempre igual. Então, ela faz o controle do processo. Não pode estar nem um pouco a mais ou nem a menos torrado. Assim, precisa estar atenta ao controle de processo”, finaliza Zanão.