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Insensibilização de aves na cuba de imersão: mais eficiência

Insensibilização de aves na cuba de imersão: mais eficiência

Nos últimos anos, o bem-estar animal precisou evoluir rapidamente, principalmente em razão da pressão do mercado consumidor. Nesse contexto, as condições quanto à capacidade de insensibilização de aves é um dos processos com maior evolução. E essa evolução vem ocorrendo para que o processo de abate seja o mais correto possível, sendo muito importante que a inconsciência e a insensibilização de aves sejam rápidas e sem efeitos negativos - tanto sobre o bem-estar dos animais quanto da qualidade da carne.

Essencialmente para a insensibilização de aves, a cuba de imersão é o método mais empregado no Brasil, pois atende todos os parâmetros fundamentais para a eficiência desse processo. Porém, assim como qualquer processo, o uso da cuba de imersão está sujeito a falhas que podem comprometer sua eficácia, sendo necessária a realização de ações para que isso não ocorra.

Insensibilização elétrica: Processo mais comum no Brasil

Na indústria avícola, alguns podem ser os métodos para a insensibilização de aves, tais como os elétricos, uso de atmosfera modificada e mecânicos. Dentre eles, Fabiana Ferreira, Professora Adjunta de Avicultura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que método de insensibilização elétrica ou eletronarcose é o método mais comumente empregado no país.

Por se tratar de um método de insensibilização elétrico, a ocorre pelo atordoamento elétrico induzindo, como se fosse uma epilepsia generalizada por meio de estímulo elétrico no cérebro”, explica Fabiana. ​

Neste procedimento, a professora ressalta a importância da cuba de imersão, cujo papel principal é proporcionar total imersão da ave na água eletrificada para que esta possa ser insensibilizada corretamente, reduzindo danos na carcaça e sem que a ave manifeste resposta a estímulos e não sinta dor na etapa subsequente da sangria.

Parâmetros fundamentais para melhor eficiência da insensibilização de aves

Para garantir a máxima eficiência do uso da cuba de imersão, alguns parâmetros essenciais devem ser sempre considerados, principalmente aqueles relacionados ao tempo de insensibilização.

É sabido que o tempo de insensibilização depende da frequência e da quantidade de corrente, parâmetros fundamentais para a eficiência da insensibilização de aves, como explica a professora da UFMG.

O tempo de insensibilização dependerá da quantidade e frequência da corrente elétrica, tempo de exposição das aves imersas na água, comprimento da cuba e velocidade da linha”.

Contudo, Fabiana salienta que outros parâmetros necessários para promover uma adequada insensibilização também devem ser sempre considerados. O primeiro parâmetro indicado pela professora tem relação com o tamanho e a profundidade das cubas de imersão. Segundo ela, as cubas devem possuir tamanho e profundidade adequados ao tipo de ave que se deseja abater.

Com a cuba ideal a ave será imersa na água até a base da asa, ocasionando uma adequada e rápida insensibilização”, indica.

Outro fator fundamental para o processo de insensibilização de aves relaciona-se com o eletrodo de imersão, que segundo Fabiana deve se estender ao longo de todo o comprimento da cuba.

A professora da UFMG também sugere que os ganchos de pendura das aves devem ser molhados, com as aves sendo sempre penduradas pelas duas pernas, melhorando assim o fluxo da corrente elétrica.

Falhas no processo e soluções necessárias

Apesar de ser um processo bastante seguro e eficaz, algumas falhas no uso da cuba de imersão na insensibilização de aves comprometem a linha de abate, oferecendo estresse às aves e contribuindo negativamente com a qualidade da carcaça.

Fabiana explica que a condutividade elétrica defeituosa representa a primeira das falhas nesse sentido, sendo capaz de ocasionar inadequada insensibilização. “Correntes elétricas abaixo de 100mA/ave não são suficientes para atordoar as aves por completo, assim como correntes muito altas podem gerar fraturas nas aves e hematomas, piorando a qualidade da carcaça”.

Outra falha recorrente da ineficiência de insensibilização de aves tem relação com a pendura realizada de forma inadequada, bem como com a falta de uniformidade dentro do lote a ser abatido.

Tais falhas ocasionam a não imersão correta de todas as aves, reduzindo a superfície de contato e prejudicando a passagem de corrente elétrica, com as aves não sendo atordoadas eficientemente”, explica a professora da UFMG.

Devido à gravidade, essas e outras falhas precisam ser rapidamente solucionadas para que o processo de insensibilização de aves seja o melhor possível. Fabiana Ferreira indica algumas soluções durante o processo:

  • Adequado controle do sistema de eletrificação. “Deve-se continuamente controlar a voltagem e amperagem do sistema como um todo, possibilitando uma boa insensibilização”, indica Fabiana;
  • Utilização de rampa de entrada da cuba com isolamento elétrico evitando choques de baixa intensidade de corrente que podem ser dolorosos para as aves;
  • Assegurar que a rampa seja eletricamente isolada e com angulação correta;
  • Treinamento e acompanhamento constante dos colaboradores responsáveis por toda a linha de abate.

Fabiana ressalta ainda que avanços relacionados ao uso de modernas cubas de imersão também representam fatores essenciais para a redução de falhas.

Alguns modelos de cuba de imersão mais modernos já contam com ajustes de profundidade da linha, outros são apresentados em módulos que podem ser acoplados para ampliação da linha de eletronarcose”, diz.

Também já podem ser encontrados no mercado, equipamentos com isolamento elétrico adequado, e com painel de controle para corrente elétrica, frequência, amperagem e resistência, sempre em benefício da boa insensibilização.

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