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Conheça as ações sustentáveis que estão mudando o setor lácteo

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As empresas produtoras de alimentos e bebidas lácteos estão atentas a temas relevantes como agricultura regenerativa, gestão de resíduos, eficiência energética e saúde dos animais.

Assim como toda a indústria alimentícia, a produção de leite também é permeada pelos cuidados com a sustentabilidade. No setor lácteo, principalmente, as preocupações giram em torno da emissão de gases de efeito estufa e o uso responsável da água. No entanto, as empresas produtoras de alimentos e bebidas lácteos também estão atentas a temas relevantes como agricultura regenerativa, gestão de resíduos, eficiência energética e saúde dos animais.

"Os desafios são grandes, pois o setor conta com uma cadeia de trabalho complexa, com muitas especificidades que vão desde o manejo do pasto e do gado à distribuição adequada e sustentável dos produtos. Mas com o empenho necessário, conseguimos estruturar estratégias que sejam benéficas para todos os envolvidos", explicou a diretora de assuntos corporativos da Danone Brasil, Cibele Costa Zanotta, ao Food Connection.

Segundo a diretora, a Danone foi a primeira grande indústria de alimentos no Brasil a receber o selo de Empresa B, que avalia governança, trabalhadores, meio ambiente, relação com a comunidade e modelo de negócio de impacto.

"Para uma indústria de alimentos de larga escala, com uma cadeia de valor complexa, ser reconhecida como uma Empresa B é um desafio imenso e demonstra não só a nossa essência, mas principalmente o nosso modelo de negócio de impacto positivo", disse Cibele.

A Danone tem 50% das empresas do grupo com esse selo. Agora a companhia tem a meta global de conquistar a certificação de Empresa B para toda sua cadeia até 2025. Outro objetivo é investir dois bilhões de euros nos próximos três anos para combater as mudanças climáticas.

Emissão de gás carbônico

Apesar de toda a complexidade da produção de lácteos, a Danone tem muitos resultados na área ambiental. Um exemplo, é a planta de nutrição especializada certificada pela Carbon Trust, uma consultoria independente de mudança climática global e sustentabilidade.

"Já atingimos os mais altos níveis de sustentabilidade e fomos certificados por atingir três pilares ambientais: neutralidade de carbono, redução do uso de água e zero resíduos para aterro", contou Zanotta. A companhia tem ainda a meta internacional de ser zero carbono até 2050.

Outra referência no setor lácteo, a Nestlé, que tem 1,5 mil produtores de leite em todo o Brasil, atua em várias frentes para reduzir a produção de gás carbônico. A companhia trabalha com mais de 100 produtores que têm práticas regenerativas para a produção de leite de baixo carbono.

Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Nestlé está diagnosticando emissões de oito propriedades nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Esses produtores também terão suporte técnico para colocar em prática as melhorias necessárias.

"São iniciativas que se traduzem na minimização do impacto ambiental através do uso racional dos recursos naturais, buscando eficiência e produtividade, além do direcionamento de financiamentos e investimentos para uma economia circular e de baixo carbono", afirmou Barbara Sollero, gerente de Desenvolvimento de Fornecedores e Qualidade da Nestlé Brasil, ao Food Connection.

O cenário da sustentabilidade no setor lácteo no Brasil e no mundo

Os esforços de Danone e Nestlé se somam a diversas iniciativas dos produtores de alimentos e bebidas lácteos no Brasil. "A meta do Brasil de se tornar uma economia neutra em carbono até 2050 será atingida com a participação muito forte do agro brasileiro”, disse o presidente da Embrapa, Celso Moretti, no workshop “Neutralidade do carbono e sustentabilidade no setor lácteo".

O presidente da Embrapa esteve na COP 26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorreu em novembro do ano passado em Glasgow, na Escócia. A COP 26 estabeleceu a meta de reduzir 30% das emissões de metano em relação a 2020.

A redução da pegada dos gases do efeito estufa também está na mira da US Dairy Export Council (Usdec), associação que reúne produtores, processadores, cooperativas, fornecedores e exportadores de produtos lácteos dos Estados Unidos, onde a indústria láctea contribui apenas com 2% das emissões de gases do efeito estufa. Enquanto isso, no país, o setor de transportes é responsável pela liberação de 29% dessas substâncias. A informação foi compartilhada por Terri Rexroat, vice-presidente Global Ingredients Marketing da Usdec, em palestra do evento digital Suppliers Day, da Food Ingredient South America.

A Nestlé está desenvolvendo, também em conjunto com a Embrapa, o primeiro protocolo brasileiro para pecuária de leite de baixo carbono e a primeira calculadora de pegada de carbono.

"Até 2025, a Nestlé pretende expandir o conceito e os aprendizados da jornada de neutralização para que outras propriedades produtoras tenham acesso à informação e possam caminhar com a Nestlé na jornada por um futuro regenerativo na cadeia do leite", contou a gerente.

Uso racional de água

Outro tema precioso para o setor lácteo é a gestão dos recursos hídricos. E isso não é de hoje. Em 2018, a Nestlé começou a remunerar mais o produtor que adotava requisitos como a gestão hídrica e bem-estar animal em suas fazendas.

Atualmente, mais de 1200 produtores da Nestlé fazem a gestão do uso da água no aplicativo Leiteria, que possibilita mensurar o consumo em tempo real e calcular os indicadores de eficiência da fazenda.

"A gestão hídrica é fundamental para a cadeia do leite do ponto de vista ambiental e também econômico, uma vez que o controle do uso da água contribui para a competitividade do produtor", destacou Barbara Sollero, da Nestlé Brasil.

Nesse sentido, a Danone também tem o objetivo de reduzir em 25% o consumo de água até 2030.

Uso do solo

A emissão de gás carbônico e a gestão do consumo de água também são trabalhadas pelo Projeto Flora da Danone, mas a iniciativa abrange ainda outros aspectos sustentáveis como o uso de materiais reciclados em embalagens, consumo de energia renovável nas fábricas e uso consciente do solo. 

"Na Danone, estamos investindo na agricultura regenerativa, um pacote de práticas sustentáveis que visam conter e reverter danos ao meio ambiente, como a emissão de gases do efeito estufa. A Danone está investindo na produção do leite por meio do modelo de integração pecuária-floresta", explicou a diretora de assuntos corporativos da Danone Brasil, Cibele Costa Zanotta.

A Danone prioriza a agricultura regenerativa, com iniciativas como o plantio de frutíferas e arbustivas, que aumentam a infiltração de água e a qualidade do solo, além de promover mais qualidade de vida para os animais, que serão criados de forma livre. A empresa espera ter 40 produtores de leite dentro desse projeto até 2023. 

Nesse campo, a Nestlé trabalha para poder obter no Brasil 30% das principais matérias-primas de práticas regenerativas até 2025.

 

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