Produtores devem garantir que animais sejam criados em condições adequadas às necessidades de cada espécie. De acordo com o Instituto Certified Humane Brasil – representante na América do Sul – da HFAC (Humane Farm Care), os cuidados envolvem as características do ambiente em que os animais vivem e a forma como é feito seu manejo, disponibilidade de água, além de aspectos que envolvem alimentação dos suínos. Por meio das condições adequadas que o bem-estar pode ser garantido ao animal, ainda na fazenda, levando o abatedouro a fornecer uma carne reconhecida pela qualidade.
Então, por que não cobrar alguns cuidados indispensáveis do seu fornecedor de suínos? Conheça, a seguir, o que deve ser levado em conta.
- Oferecer instalações seguras, para que animais não se machuquem. O local não pode ter saliências ou extremidades pontiagudas. O material da superfície interna das baias precisa ser de fácil limpeza e desinfecção, para prevenir doenças;
- Instalações elétricas devem estar inacessíveis aos animais, isoladas e aterradas adequadamente, protegidas contra roedores e periodicamente testadas para suportar raios;
- O manejo deve ser realizado com tranquilidade e calma. É importante que os envolvidos no processo recebam treinamento. A ideia é que suínos se acostumem com a presença humana, para que não tenham medo nem sofram estresse quando tiverem de entrar em contato com os humanos;
- Na preparação para o transporte, deixe água disponível, embora recomenda-se período de jejum para evitar que os animais passem mal durante o transporte – o jejum deve ser de no mínimo quatro a no máximo 18 horas, antes do abate;
- Água limpa, fresca, potável e abundante. Altura dos bebedouros e vazão da água devem ser ajustados para garantir que todos os suínos possam saciar a sede. No caso das matrizes em lactação, o suprimento de água limpa deve ser contínuo. É importante manter provisões emergenciais para garantir o abastecimento de água por no mínimo 24 horas caso haja problemas com a fonte principal – como um período de seca ou a contaminação de um poço;
- Ar limpo e ventilado. Instalações devem ser projetadas para que a umidade não seja elevada, pois os animais são suscetíveis a doenças respiratórias. A concentração de amônia deve ser inferior a 10 ppme não deve exceder 25 ppm – exige-se que essa concentração seja monitorada e registrada pelo menos uma vez a cada duas semanas;
- Temperatura do ambiente nem frio excessivo nem calor demasiado. Para suínos acima de 70 quilos, por exemplo, a temperatura deve estar entre 10° e 25° C. No verão, algumas precauções ajudam a proteger os animais do calor excessivo, como o uso de áreas alagadiças (lama), sombras naturais ou artificiais, ventiladores, aspersores, sistema de gotejamento e nebulizadores.
- Área de repouso seca e confortável. Suínos criados intensivamente devem ter acesso a uma área de repouso de piso sólido, com área suficiente para que todos os animais possam se deitar e na qual haja uma angulação para que a água possa escoar, mantendo a superfície sempre seca;
- Espaço suficiente para livre movimentação. De maneira geral o objetivo é dar a cada indivíduo espaço suficiente para que possa se movimentar com liberdade.
- Alimentação suficiente e saudável. Volume de ração vai depender da idade e da fase de produção dos indivíduos, sendo proibido alimentar os suínos com proteína derivada de mamíferos ou de aves, com exceção de leite e seus derivados. Evite a competição por ração, o que pode resultar em brigas e ferimentos;
- Ofereça conforto para a matriz e os leitões. Fêmeas devem ser alojadas em baias de gestação coletiva com acesso a material de cama (de palha, por exemplo). Antes do parto, as fêmeas devem ser acomodadas em alojamentos limpos e confortáveis – e devem permanecer na área de maternidade por pelo menos 28 dias após o nascimento dos leitões. As baias com essa finalidade devem ter pelo menos 1,8 m por 2,4 m.