O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de proteína animal do mundo. Falando sobre carne suína, também temos boa participação no contexto mundial, sendo que em 2016, respondemos por 8,8% de toda a exportação mundial, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Com o objetivo de internacionalizar ainda mais a sua carne suína, o Brasil está iniciando a comercialização para a Coreia do Sul. Os dois países estão em tratativas para assinar um acordo sanitário para que a exportação dos cortes brasileiros se iniciem. Conversamos com Laura Torres, da área de importação e exportação da IBSolutions e ela fala sobre a importância dessa parceria Brasil-Coreia para o mercado da carne suína brasileira.
Quais são as maiores chances do Brasil em relação à exportação
Segundo o jornal Korea Times, a Coreia do Sul sofre há alguns anos com surtos de febre aftosa e a maioria dos suínos do país não são vacinados. Por esta razão, os consumidores coreanos, de acordo com a Associação Coreana de Produtores de Suínos, procuram informações como origem do produto e as condições de criação dos suínos.
Em razão disso e devido à alta necessidade do país asiático, a Coreia do Sul é considerada hoje o quinto maior importador de carne suína do mundo, sendo esse um mercado com grande potencial para a produção brasileira tipo exportação.
“Devido às negociações conduzidas entre a Coreia do Sul e Brasil que visam autorizar as operações de exportação de carne suína e as condições saudáveis dos suínos brasileiros, há grande expectativa de maior participação brasileira no mercado sul-coreano”, garante Laura.
Além do mais, a carne suína brasileira já tem mercado lá fora, com exportação bastante expressiva. Hoje, os maiores países importadores do produto brasileiro são: Rússia, China e Hong Kong. E a tendência é que o número de parceiros só aumente.
Laura explica que as exportações para a Coreia do Sul são mais recentes, com as primeiras exportações ocorrendo no segundo semestre de 2016. “Isso ocorreu em função das exigências do governo sul-coreano e de regulamentações internacionais para a produção, em termos de condições sanitárias, certificações de qualidade e de habilitação para a exportação”, explica.
Cortes “gordos”: preferidos pelos sul-coreanos
De acordo com a Associação Coreana de Produtores de Suínos, os cortes de carne suína mais procurados pelos sul-coreanos são a barriga e a copa-lombo. “Estas são partes ricas em gordura, muito desejadas pelos asiáticos", explica Laura. Outros cortes, caso do lombo e costelas do porco, são menos ricos em gordura e costumam ter um menor nível de consumo no mercado sul-coreano.
O mercado sul-coreano é muito exigente quanto aos níveis de gordura e coloração dos cortes, daí a relativa demora das empresas para atender tais necessidades. O mercado da Coreia do Sul paga mais pelo produto, porém seu nível de exigência é mais alto.
Laura ainda explica que a preferência pela carne suína é expressiva pelo país asiático. Ela cita dados estatísticos da Associação Comercial de Carne da Coreia. Segundo o levantamento, em 2015 foram consumidos, aproximadamente, um milhão e duzentas mil toneladas de carne de porco, representando quase metade do consumo de carne do país. No que diz respeito ao consumo per capita, em 2015, a opção por suínos totalizou 22,80 quilogramas por pessoa.
A conquista do mercado sul-coreano com a carne suína brasileira é uma ótima notícia! Aproveite e compartilhe com seus colegas nas redes sociais.