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Aproveite crises externas para continuar crescendo

Aproveite crises externas para continuar crescendo

De acordo com o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, para crescer em momentos de crises externas como a da peste suína que acontece na China é necessário planejamento; o país asiático tem sacrificado milhares de suínos em decorrência da peste suína africana que acomete a região, assim o país precisará suprir suas necessidades por meio da exportação, trazendo demanda adicional para frigoríficos de todo o mundo, principalmente os brasileiros.

Esse problema da China é mais um exemplo que mostra que crises externas na produção de carnes podem representar uma mina de ouro para frigoríficos brasileiros, porém, estes precisam ter planejamento para aproveitar a oportunidade e suprir a demanda.

Consequências do surto da peste suína na China para frigoríficos brasileiros

Antes de sofrer com a peste suína, a China era considerada a maior produtora de carne suína do mundo, produzindo 54 milhões de toneladas por ano. “Esse número é muito expressivo, pois das 113 milhões de toneladas produzidas anualmente em todo o planeta, metade é na China”, diz Turra.

Porém, tão grande quanto a oferta chinesa de carne suína, é a demanda. Segundo Turra, a demanda da China é tamanha, que precisa importar para suprir seu mercado interno. “A China é a maior importadora mundial, com 1,5 milhão de toneladas importadas em 2018”.

Mas, a peste suína africana chegou no país asiático e com ela uma das maiores crises enfrentadas pela China na produção dessa carne. Segundo projeções do Rabobank, a China deverá ter um impacto de 18 milhões de toneladas de carne suína. Esse volume não será produzido por um bom tempo, por isso a China começa a partir com tudo para exportar carne do mundo todo. Mesmo assim, o mundo não conseguirá suprir a demanda chinesa.

Se todo o mundo direcionar toda a exportação global apenas para a China (deixando de lado outros grandes importadores, como México, Japão e Coreia do Sul), seria possível suprir, no máximo, apenas 8,1 milhões de toneladas desta demanda (que é o total da exportação mundial)”, opina Turra.

Por este motivo, o presidente da ABPA ressalta que as vendas brasileiras para a China estão à pleno vapor, impactando não apenas as exportações da carne suína brasileira, como também de outras proteínas que são imediatas substitutas, como a carne de frango.

Como estar sempre preparado para aproveitar crises internacionais?

Assim como vem ocorrendo no caso chinês, as crises internacionais são dolorosas para um dos lados do mercado (o que sofre com ela), mas representam importantes oportunidades para outros lados desse mercado. Neste caso em específico, Turra acredita que temos uma grande oportunidade para o setor e para o Brasil, com a lacuna aberta no mercado internacional devido as questões sanitárias na China.

Mas, apesar dessa oportunidade Turra faz uma ressalva importante: “Devemos estar aptos para aproveitar este bom momento para as exportações, alavancando nosso comércio com a Ásia e outros mercados que demandarão mais proteínas”.

Segundo ele, o Brasil deve sempre zelar pela qualidade dos produtos e jamais descuidar da sanidade. “Esse é o nosso bem mais valioso”, diz Turra.

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