As categorias de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados atingiram o número de US$ 85,9 milhões em exportações no 1º semestre de 2020. No total, houve 20% de crescimento em valor, representando um aumento significativo em volume (73%), somando 71 mil toneladas de produtos vendidos ao exterior, na comparação com o comercializado em igual período do ano passado (janeiro a junho).
De acordo com Claudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), apesar do cenário de instabilidade, com atual situação econômica do país e a alta do preço da farinha, a desvalorização do real refletiu favoravelmente nas exportações desses produtos. "Nossa meta é superar os US$ 100 milhões em exportações sob a previsão de crescimento anual médio de 6% no período", explica.
A categoria de massas alimentícias foi a que mais se destacou, já que o produto tem um custo baixo e por conta do momento de isolamento é um alimento com uma vida útil maior, obteve um crescimento de 243% em valor (US$ 12 milhões) e de 395% em volume (14 mil toneladas), se comparado ao mesmo período de 2019. Entre os tipos de massas mais exportadas está a grano duro, gerando um volume de 11 mil toneladas. El Salvador, Uruguai, Chile e Venezuela se sobressaíram para a conquista desses resultados.
Os pães e bolos industrializados alcançaram um aumento expressivo de 85% em faturamento, totalizando US$ 29 milhões e 31 mil toneladas em volume, 204% a mais. Entre os produtos que puxaram este valor estão as misturas para pães, bolos e biscoitos, além do pão de queijo (US$ 22 milhões e 28 mil toneladas). Quanto aos países de destaque estão Venezuela, Uruguai, Portugal, Argentina, Bolívia, Chile, China, Estados Unidos, Japão, México e Paraguai que representaram mais da metade das exportações do segmento no 1º semestre de 2020.
A categoria de biscoitos somou US$ 43 milhões em faturamento e 26 mil toneladas de produtos exportados. Angola, Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Chile, Cuba, Portugal e México sobressaíram-se na pauta exportadora.
Entre outros resultados obtidos, foram observados a ascensão de uma nova categoria de produtos do setor (pão de forma), bem como um novo grande mercado nas exportações (China). Ambas situações se fortaleceram na pandemia. Além disso, tem se observado também o crescimento da demanda por fornecedores estrangeiros para atender marcas próprias principalmente de grupos varejistas em todo mundo. O fenômeno também se observa no Brasil, onde algumas categorias de alimentos tiveram aumento superior a 30% nas marcas próprias.
E-commerce em destaque
Outra forma de venda de produtos alimentícios com rápida ascensão durante a pandemia foi o e-commerce. Segundo o estudo Global Consumer Insights Survey 2020, da empresa PwC, com o isolamento social causado pela pandemia, 35% dos consumidores estão comprando alimentos pelos canais online e 86% planejam continuar assim após o final das medidas de isolamento social. Por fim, destaca-se o crescimento da categoria de alimentos congelados, impulsionados também na pandemia considerando a praticidade para consumo e a possibilidade de estocagem por mais tempo.
"Nós estamos atentos às rápidas mudanças dos hábitos de compra e consumo de alimentos em todo o mundo. Desenvolvemos estudos de países selecionados na América Latina, em parceria com instituições brasileiras e com as Embaixadas do Brasil no exterior, sobre marcas próprias e produtos congelados. Além dessas informações, em breve também compartilharemos análises sobre o e-commerce em mercados-alvo de nosso setor, a exemplo dos Estados Unidos. Assim, mantemos os participantes do programa de exportação antenados com as novidades que vieram para ficar - o novo normal", finaliza Zanão.