O Brasil exporta, anualmente, cerca de 300 mil toneladas de carne de frango para países asiáticos, sendo os principais importadores a China e o Japão. Dentre as principais razões destaca-se, é claro, está a vantagem econômica do produto brasileiro. Devido a alta demanda por proteínas animais, a Ásia está disposta a comprar quantidades cada vez maiores pagando preços mais competitivos do que os praticados na Europa e Estados Unidos.
Diante desse cenário positivo, uma pergunta que inevitavelmente vai surgir na cabeça de qualquer produtor de frangos no Brasil é: como eu posso começar a exportar para a Ásia? Acompanhe, a seguir, a resposta para essa importante questão, além de informar os cortes mais apreciados do outro lado do mundo.
Como começar a exportar para a Ásia?
De acordo com informações do Sebrae, o Brasil exporta carne de frango desde 1983. De lá para cá, os cortes para exportação já ultrapassam 60% do volume total da produção brasileira, o que força as indústrias a investirem não apenas em tecnologia, mas também em novos cortes e seus rendimentos.
Um aspecto interessante é que os cortes especiais de frango deram uma nova oportunidade aos produtores brasileiros. Com o crescimento do volume de cortes desossados (que são ideais para exportação), é gerada uma maior quantidade de matérias-primas para outras indústrias, como a de alimentação animal.
Mas afinal, como começar a exportar frango para a Ásia?
Exportar carne de frango para a Ásia não é um processo simples e certamente depende de um suporte técnico por parte da APEX (Agência de Promoção de Exportações), especialmente depois que a China começou a exigir o chamado “depósito antecipado”, que prejudica principalmente os produtores de médio e pequeno porte.
Mas, para se ter uma ideia, o procedimento para começar a exportar carne de frango para a Ásia acontece da seguinte forma:
O produtor se qualifica para o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX);
Após a qualificação, o produtor pode se aproximar das agências exportadoras (tradings);
A partir desse primeiro contato, todas as ações são orientadas pela agência exportadora, que irá avaliar o que deve ser feito de acordo com o volume, preço e destino da produção.
Mesmo com as últimas barreiras impostas pela China, de acordo com Francisco Turra, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), não há motivo para se preocupar.
“Levamos um susto no ano passado. Parecia que os chineses estavam fechando o mercado, mas nos garantiram que estão totalmente abertos ao Brasil. Mas, no médio e longo prazo, sem dúvida existe otimismo com o mercado chinês.”
Além das barreiras impostas pela China, produtores que querem começar a exportar para os países asiáticos precisam lidar com as exigências do mercado brasileiro, que são reguladas pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e também tornar seus produtos mais competitivos.
Quais são os cortes mais procurados pelos países asiáticos?
Não há, hoje, muita diferença entre os cortes consumidos no Brasil e os cortes exportados para os países asiáticos - em especial a China e Japão.
De acordo com os últimos relatórios da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e APEX (Agência de Produtos de Exportação), os cortes mais consumidos são aqueles desossados, como por exemplo:
Peito;
Filé de peito;
Filézinho;
Sobrecoxa e coxa.
Uma curiosidade é que, até há alguns anos, os frangos eram exportados inteiros. Porém, com o avanço tecnológico e maior necessidade de aproveitamento dos ossos e articulações, o mercado brasileiro se adaptou e hoje consegue fornecer matérias-primas baratas e de boa qualidade para outras indústrias, como a de alimentação animal.
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