Os brasileiros sempre foram, por tradição, fortes consumidores de carne bovina. Contudo, segundo dados levantados da Scot Consultoria, o consumo desse tipo de proteína animal per capita no Brasil está caindo, sendo atualmente o menor consumo por habitante quando comparado aos outros países da América Latina.
Para se ter ideia, enquanto no Brasil uma pessoa consome, em média, 36 kg de carne por ano, na Argentina o consumo chega a 55 kg e, no Uruguai, até 80 kg.
Diante desse cenário, é natural que empresas do setor - das multinacionais aos microempreendedores - busquem formas criativas de driblar a queda do poder aquisitivo do consumidor brasileiro, que hoje é apontado pelos especialistas como a principal razão pela queda do consumo de carne bovina.
Como lembra Francisco Turra, Presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal):
“O cenário econômico por causa da atual crise, que tem influenciado na renda das famílias, vem mudando a decisão de compra dos consumidores, que estão preferindo investir em proteínas mais acessíveis, como a carne de frango, de suíno e ovos.”
Cortes especiais abrem novo caminho
Ao invés de competir pelo menor preço e apostar todas as fichas em vender a maior quantidade possível de carne, independente da qualidade, alguns empreendedores brasileiros têm investido em cortes especiais para carne bovina, também denominadas carnes gourmet ou carnes premium.
Isso porque, além de agregar mais valor ao produto e aumentar a margem de lucro por produto vendido, esse tipo de produto atrai um público muito mais qualificado, com condições financeiras e interesse para investir em produtos de melhor qualidade.
Um ótimo exemplo é o caso de Argeu Coelho Leal Neto, empresário de Santa Maria (RS), que viu no mercado uma necessidade de açougues mais modernos, que oferecessem cortes especiais para os restaurantes da cidade.
Em entrevista para o Portal G1 ele afirmou que, ao trabalhar como inspetor de carnes de um frigorífico da cidade, percebeu que os restaurantes precisavam de um fornecedor mais especializado, que prezasse não apenas pela qualidade do produto final, mas também garantisse o maior aproveitamento possível das peças (maior produtividade).
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