Fazer uma boa gestão de pessoas na indústria é essencial para melhorar a produtividade e a competitividade do negócio. Afinal, mesmo com a automação industrial, é a inteligência humana a responsável por realizar planejamentos adequados, mensurar resultados e garantir que tudo ocorra de maneira eficaz.
Ainda assim, essa atividade costuma representar um grande desafio para os gestores. E não se engane ao achar que a gestão de pessoas na indústria é uma tarefa exclusiva do RH, mesmo porque são os líderes os responsáveis por motivar e engajar a equipe na rotina na fábrica.
Quer entender melhor como aprimorar a sua gestão de pessoas na indústria, e, assim, contar com uma equipe altamente produtiva? Veja as dicas que preparamos a seguir!
Gestão de pessoas na indústria: além do RH
"Um dos erros crassos na atualidade, principalmente quando tratamos de pequenas e médias empresas, é o mantra errôneo de que colaboradores devem ser responsabilidade do RH, pois é esta a função deste departamento", diz a Professora Me. Rosilene Andréa Santos Alvarenga, professora dos cursos de Pós-graduação de Recursos Humanos e Cursos MBA do Centro Universitário FMU.
De acordo com a professora, as empresas que acreditam nessa máxima tendem a obter resultados insatisfatórios ou, pior ainda, perder competitividade em um mercado tão acirrado como o atual. "A gestão de pessoas é função do RH, porém, sem deixar de ser uma função determinante, de êxito, para todos os demais departamentos e pessoas envolvidas nas organizações".
A gestão de pessoas na indústria se trata de conduzir, coordenar e desenvolver pessoas, explica a professora. E são essas as pessoas que desenvolverão o planejamento estratégico da empresa e realizarão as tarefas necessárias para que os resultados sejam cumpridos. "Consequentemente, podemos sustentar a proposição de que onde há pessoas, há a imprescindibilidade de geri-las, nunca somente ao crédito de um único departamento, mas como incumbência de todos os gestores", completa.
O papel do líder na gestão de pessoas
É importante reforçar que o líder tem um papel de extrema importância na gestão de pessoas na indústria. De acordo com a professora, é ele o responsável pelo planejamento estratégico e por apontar quais os caminhos mais adequados para atingir os objetivos.
"São os líderes que demonstrarão a importância da participação e engajamento de cada um; por meio de suas habilidades, explicarão e exemplificarão como fazer, quais as abordagens táticas necessárias, as melhores ferramentas para cada momento e cada tarefa, para que enfim, gere motivação explicitada em forma de atitudes positivas e transformadoras em todos os seus liderados", explica.
Ainda, é preciso chamar a atenção para o fato de as empresas pequenas e médias terem uma vantagem na gestão de pessoas, uma vez que é possível realizar um trabalho mais presente e mais próximo da equipe, além de trabalhar a empatia e, com isso, criar relações mais próximas com a equipe.
"Fica, assim, evidente que a motivação da equipe é fator primordial para atravessar períodos turbulentos e fator preponderante para alcançar a melhoria da produtividade, uma vez que, produzir ou fazer avançar está intrinsecamente ligado à fazer acontecer, e só se faz acontecer, novas e concretas oportunidades, através de pessoas inspiradas que encontram um propósito para continuar lutando para vencer", completa Andréa .
Desafios a serem superados
Por fim, é importante reforçar que a gestão de pessoas na indústria é cada vez mais desafiadora. Ainda assim, é extremamente importante motivar as equipes para que a empresa se mantenha competitiva e consiga prosperar em meio a um cenário instável e incerto no âmbito econômico e político.
"Estamos vivendo uma realidade cada vez mais tecnológica, de conhecimentos que se expandem exponencialmente, estamos em plena revolução 4.0. Anteriormente, houve o foco nas máquinas, nas linhas de montagem, produção em massa, competição tecnológica voltada para o desenvolvimento econômico e globalização", explica a professora.
No entanto, a Indústria 4.0 nos traz uma quebra de paradigmas pautada pela tecnologia. Assim, a integração entre homem e máquina será muito maior, assim como o desafio de capacitar as pessoas.
"O fio condutor da motivação de equipes será influenciado, em grande parte, pelo estilo de gestão praticado, por ações comportamentais, além das técnicas, que levem à tomada de decisões assertivas, liderando pelo arquétipo da humildade, capacidade de comunicação, resiliência, persuasão, criatividade e inovação, conduzindo assim seus liderados, envolvidos por um clima engajador e colaborativo, com eficiência e eficácia, aos resultados explicitamente comprovados".
Ainda, a professora explica que os líderes deverão elaborar um planejamento estratégico de talentos que envolva todos os aspectos do capital humano, estruturado desde a divulgação da vaga e o processo de recrutamento e seleção até os treinamentos e motivação dos indivíduos.
"Caberá aos gestores a incumbência de influenciar, motivar e desenvolver pessoas para novas competências técnicas, contemporâneas habilidades, atitudes assertivas e comportamentos inteligentemente equilibrados, sem jamais deixar de lado o cerne da questão, que é, o de atingir os objetivos estratégicos organizacionais, com excelência de qualidade, competitividade, inovação e produtividade", finaliza.