Representantes da PepsiCo, Kraft Heinz e Coca-Cola Company falam sobre governança na indústria de alimentos, destacando a letra G dos pilares ESG
A Arena Fispal Tec reuniu profissionais interessados em discutir um tema que vem ganhando cada vez mais espaço entre as empresas do setor alimentício: ESG (Environmental, Social and Governance; em português, Ambiental, Social e Governança). O painel “Alimentos que conectam: Foco na excelência com a revolução da diversidade, inclusão e equidade”, destacou a governança e contou com grandes empresas compartilhando suas ações, desafios, metas e resultados conquistados.
Participaram do painel: Thaisa Thomaz, Talent Sr Director da PepsiCo Brasil; Maysa Tatikava, Head de Comunicação, Cultura e Desenvolvimento da Kraft Heinz Brasil; e Rita Oliveira, Diretora DE&I da Coca-Cola Company Cone Sul foram as convidadas desta seção, que contou com a moderação de Karen Pegorari, Analista de Responsabilidade Social nos Conselhos Superiores Feminino e de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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Maysa abriu a conversa falando um pouco de sua própria realidade: mulher jovem, líder de equipe aos 24 anos e com uma formação pouco convencional para o mundo corporativo: Maysa é atriz, além de relações públicas.
Diante dessas barreiras, ela disse que contar com lideranças que a apoiavam, inclusive lideranças femininas, fez toda a diferença para que ela própria confiasse em seu trabalho.
Tanto Maysa quanto Thaisa e Rita comentaram o quanto estava sendo importante para elas estarem discutindo o tema diversidade na Arena Fispal Tec, representando empresas que até alguns anos não tinham ainda essa pauta bem estabelecida.
O caminho que essas organizações estão trilhando inclui metas desafiadoras, como terem, até 2025, 50% de mulheres ocupando cargos de alta liderança e 40% de pretos e pardos nas empresas.
Maysa levantou um ponto em sua fala com a qual as demais participantes concordaram: a importância de mudar a maneira de recrutar os profissionais para que possam ser abertas oportunidades para as minorias. “A questão de possuir inglês fluente, por exemplo, é uma realidade para poucos. Retiramos essa exigência dos processos seletivos e optamos por oferecer cursos para os nossos colaboradores.”
Para que a diversidade, a inclusão e a equidade sejam realidade nas empresas, é preciso contar com o apoio da alta liderança. “A PepsiCo é uma companhia engajada, com liderança bastante participativa neste tema. Temos um programa de mentoria para profissionais negros cujo objetivo é o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades. No ano passado, 74% dos participantes foram promovidos”, contou Thaisa.
Ela também citou o programa de mentoria reversa, no qual um profissional menos experiente assume o papel de mentor de funcionários nível sênior. “Esse programa quebra barreiras, pois explora o potencial da pessoa que está em um nível júnior que não teria acesso, em muitas empresas, aos diretores”, acrescentou Rita.
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Sobre o futuro, Rita acredita que é hora de as empresas olharem para as minorias e contribuírem com a sua formação profissional para que, assim, elas possam progredir em suas carreiras.
“Também é o momento de começarmos a adequar nossos benefícios para as diferentes identidades de gênero e orientações sexuais”, disse Thaisa, que, na sequência, citou uma ação realizada pela marca Doritos®, em parceria com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a TODXS, para retificação de nomes de pessoas trans e travestis.
Ao final do painel, Rita lembrou a todos que as empresas precisam ter diversidade com inclusão para que as pessoas se sintam acolhidas e tenham interesse em permanecer na organização. Para Thaisa, o primeiro passo para quem deseja oferecer um ambiente mais inclusivo é ter consciência sobre a importância do tema, ter coerência e consistência – colocando em prática aquilo que é dito – e medindo os resultados.
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