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Como fazer transição de gestão familiar para governança corporativa

Normalmente empresas começam com envolvimento dos familiares.  Com o tempo ela se desenvolve com eficiência. Em dado momento, porém, por algum motivo, surge a necessidade de mudar o formato da administração para uma governança corporativa.  Uma das primeiras dúvidas é como essa transição pode ser realizada de forma eficiente sem impactar negativamente a reputação construída com anos de dedicação.

A mudança do organograma precisa ser decidida por consenso, em que todos os membros da família tenham plena certeza do passo que está sendo dado, garante Marco Ornellas, consultor e diretor da Ornellas – Consultoria Empresarial em RH e Escola de Recursos Humanos. “Depois é muito difícil ter volta”, alerta. Além disso, é possível dar três passos importantes nesse complexo processo. Acompanhe as dicas para acertar.

Primeiro passo: saber por que fazer a transição

A diretoria precisa refletir sobre os motivos que a levaram a decisão de fazer a transição do formato de gestão, pois isso tem a ver com alguma estratégia. Definir qual é essa estratégia – busca por mais inovação, eficiência, lucro ou diversificação de mercado – será importante para definir os novos rumos. “A própria decisão demonstrará a razão da mudança. E o executivo escolhido precisa ser associado a isso”, afirma o especialista.

Segundo passo: escolher um gestor experiente

É válido escolher um gestor que tenha experiência na estratégia estabelecida, deixá-lo acomodar-se num conselho da empresa e que ele implemente as mudanças. Isso porque não adianta apenas sentá-lo na cadeira. É preciso que, com essa nova perspectiva, toda a cultura se transforme.

Terceiro passo: estimular a mudança de cultura

Ornellas compara a transição com o movimento de um pêndulo indo da cultura familiar, mais internalizada, para a de mercado, em que os executivos serão cobrados pelo resultado. “Antes era o dono que tomava a decisão, mas quando se coloca um executivo, os funcionários precisam entender a nova dinâmica.” É uma cultura de resultados e o próprio executivo vai ter de viabilizar isso.

Por fim, boas práticas devem ser mantidas, em uma decisão que pode ser tomada entre o executivo e o próprio conselho, aliando os pontos positivos da tradição e do mercado. “E essa mudança precisa ser bem aceita, pois a cultura é prática. Se o funcionário não mudar o pensamento, não mudou a cultura. Mas um bom gestor sabe fazer essa mudança”, finaliza.

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