Braços robóticos de seis eixos que praticamente pensam, com a inserção de inteligência artificial, foram novidades apresentadas na Fispal Tecnologia 2023. Na onda da IA e da IoT (internet das coisas), esses robôs e suas garras ou ventosas adaptadas, munidas de sensores, conseguem “visualizar” o material que está nas esteiras de produção.
Isso permite que eles consigam manipular adequadamente aquilo que antes, um braço mecânico de quase 300 kg (peso do modelo SIL 3 PLE exposto pela Staubli na Fispal), não conseguia fazer, como peças ou bifes de carnes.
Numa esteira na qual peças inteiras de proteína circulam, o braço, com a atuação conjunta da IA, reflete em quais partes do queijo, do frango ou da carne ele pode tocar, calculando qual força aplicar. Isso acontece graças aos sistemas de visão 3D, perfiladores e sistemas de raio X.
As informações são todas compatíveis com os habituais sistemas da indústria, e um software próprio desses robôs faz o controle e a programação das tarefas das máquinas, incluindo aí, o fornecimento de informações do equipamento para a sua adequada manutenção.
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“Isso gera aumento considerável no padrão de qualidade, reduzindo probabilidade de contaminação à medida que evita a interferência de pessoas que vêm de ambientes externos”, explica Giancarlo Pereira, Executivo de Negócios da suíça Staubli.
A japonesa Yaskawa exibiu na Fispal Tecnologia o software Cockpit que traz todas as informações do braço robótico da companhia colhidas a partir de sensores instalados nos seis eixos do equipamento.
“Pelo software, é possível monitorar tudo, trazendo todas as informações que os braços robóticos colhem, além do que puxam os servos motores e os drives”, afirma Marcio Garcia, diretor da Yaskawa. “Isso permite saber se é possível fazer melhorias na programação para ter mais durabilidade, rendimento na operação, se há necessidade de substituição de algum componente na máquina, entre outros.”
Garcia e Pereira explicam que os braços robóticos das duas empresas permitem ainda a rápida mudança na atuação dos braços, se houver alteração no processo produtivo. Assim, é possível a adaptação e reprogramação da atuação do braço quando há substituição da matéria-prima que está passando na esteira industrial.
Além disso, os equipamentos trazem forte preocupação com segurança e redução de energia, para tornar o processo mais seguro e descarbonizado. No caso da Staubli, com a aproximação humana, o braço para automaticamente e, então, evitar acidentes. Já a Yaskawa consegue redução no consumo energético de até 60%, ao, por exemplo, desligar automaticamente o robô, se ele não estiver em uso.
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