A demanda por embalagens ecológicas e sustentáveis têm se tornado expressiva a partir das mudanças socioculturais que a sociedade vem enfrentando ao longo dos anos. Na indústria alimentícia, a substituição de materiais não recicláveis é urgente e novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para suprir essa necessidade.
O Relatório Global de Compras Ecológicas de 2021 da Trivium Packaging, empresa global que fornece embalagens metálicas recicláveis, aponta que 83% dos entrevistados com menos de 45 anos estão dispostos a pagar mais por embalagens sustentáveis. Outro dado importante é que 67% dos participantes se identificam como ambientalmente conscientes. A pesquisa ouviu mais de 15 mil consumidores em toda a Europa, América do Norte e América do Sul.
Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos 2021, divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país “sofreu influência direta da pandemia da covid-19 durante o ano de 2020, tendo alcançado um total de aproximadamente 82,5 milhões de toneladas geradas, ou 225.965 toneladas diárias. Com isso, cada brasileiro gerou, em média, 1,07 kg de resíduo por dia”. No panorama anterior, os plásticos encabeçaram a lista de RSU com 16,8%, aproximadamente 13,8 milhões de toneladas por ano.
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O diretor da RES Brasil, Eduardo Van Roost, considera que estes dados fazem relação com conceito que ele nomeia de “dores do plástico”. “Os maiores problemas ainda são um baixo índice de reciclagem – e vale ressaltar que esse não é um problema só do Brasil –, além da questão da demora para a biodegradabilidade, o que pode ser resolvido com a nossa tecnologia de aditivos”, ressalta o executivo, que acredita que “com toda razão o foco da indústria é sempre a reciclagem”.
Tecnologias d2w, d2pAM, d2pEA
A empresa brasileira RES Brasil, especializada em tecnologias de plásticos biodegradáveis, tem um grupo específico de soluções para tornar as embalagens plásticas mais sustentáveis e fornece os aditivos d2w, d2pAM e d2pEA.
Eduardo Van Roost explica cada um deles e suas finalidades distintas. O primeiro, d2w, tem o objetivo de acelerar o processo de decomposição do material plástico no meio ambiente.
“O Aditivo d2w é uma tecnologia que está na forma de um master biodegradável e é adicionado na indústria quando se produzem embalagens plásticas em polietileno ou polipropileno. A adição dele faz com que o plástico continue sendo reciclável e, portanto, participando da economia circular, porém caso ele escape dessa coleta seletiva e vá parar no meio ambiente, ele se bio degrada em muito menos tempo e sem deixar resíduos nocivos”, explica.
Já a tecnologia d2pAM, segundo Roost, elimina “99,9% de fungos, algas, bactérias, mofo e inclusive o coronavírus”.
“A função dele [o aditivo], além de proteger a saúde da população ao quebrar a cadeia de contaminação cruzada entre as pessoas que tocam o mesmo objeto plástico, reduz o desperdício de alimentos industrializados, como laticínios ou produtos de panificação, por exemplo, já que ele tem esse poder de combater a formação de fungo e deterioração dos alimentos”, diz.
Por último, o diretor detalha as características do aditivo d2pEA, que “ajuda os alimentos a absorverem melhor o etileno (gás que atua, principalmente, no amadurecimento de frutas, verduras e legumes), mantendo o frescor dos alimentos. Funciona muito bem com banana, tomate, alface, couve, entre outros. Em um mundo em que a fome é um problema não faz sentido desperdiçar alimento”, finaliza.
Para conhecer outras soluções em materiais recicláveis para a indústria de alimentos e bebidas, acesse o ebook “Embalagens sustentáveis para produtos alimentares”.
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