KPI é a sigla em inglês para Key Performance Indicator, ou Indicador-Chave de Desempenho, em português. Esses indicadores representam valores quantitativos primordiais que geram dados referentes aos principais processos internos de uma empresa com o objetivo de melhorar as ações e alavancar a eficiência da companhia.
Especialistas discutiram o tema em um round table durante a Arena Fispal Tec, na Fispal Tecnologia 2022 (a palestra completa pode ser acessada na Plataforma Digital Fispal Tec). Esses indicadores se organizam, basicamente, em quatro grupos diferentes: produtividade, qualidade, capacidade e estratégia.
Para o diretor de Planejamento Integrado IBP da Coca-Cola FEMSA, Ademir Guilherme Júnior, o primeiro passo para desenvolver estratégias de ganho de eficiência é ter um planejamento bem estruturado porque ele afeta a ponta, ou seja, o trabalho desenvolvido dentro da fábrica.
Relacionado: Data Driven: uso da Inteligência Artificial no gerenciamento de dados
“Um bom planejamento permite uma boa previsão de demanda, uma melhor assertividade, além de prever a produção necessária, na quantidade ideal e no momento certo”, afirma o executivo. Contudo, Júnior aponta um grande problema que pode afetar toda uma estrutura de produção programada: “Pedidos de última hora impactam significativamente na eficiência de uma fábrica”, acrescenta.
O gerente de Melhoria Contínua e PMO da Cacau Show, Rafael Besteiro, aponta que a companhia de chocolates acompanha dois KPIs com mais frequência. O primeiro se refere à eficiência logística.
“Precisamos garantir que todos os nossos produtos cheguem em todas as nossas redes, e há mais de três mil lojas em todo o Brasil. O indicador “programado e produzido” é um dos que mais utilizamos. Temos que atender toda a rede, e ela não pode comprar de nenhum outro fabricante, por questão contratual”, afirma.
O outro indicador que Besteiro aponta é o “arranque vertical”, que analisa o desempenho de um produto ao longo de um único dia.
“Nossa indústria tem praticamente um lançamento por dia, outro grande indicador que ficamos atentos é o ‘arranque vertical’, que nos ajuda a entender o quão rápido aquele lançamento, que foi totalmente preparado por todas as áreas da empresa, atinge o seu nível de eficiência”, explica o gerente da Cacau Show.
Relacionado: As possibilidades do 5G para a indústria alimentícia 4.0
As empresas devem criar maneiras de medir a eficiência em outros campos, para além da produção, como os que medem a eficiência das práticas de governança, por exemplo. A diretora da Unilever Brasil, Iluska Lopes destaca também a sustentabilidade das operações como algo importante de a empresa medir diante da demanda cada vez maior de consumidores e investidores por práticas sustentáveis.
“Esses pilares são importantes para reduzirmos resíduos, o que proporciona reduzir também descartes de uma fábrica e, por consequência, aumenta a eficiência”, diz a executiva.
Pessoas são as principais responsáveis pela eficiência
Mão de obra qualificada e engajada é fundamental para garantir que os KPIs sejam satisfatórios, é o que garante a diretora da Unilever Brasil. Os esforços para manter os funcionários bem treinados e, sobretudo, satisfeitos com a empresa não podem ser somente econômicos.
Ela explica que a motivação e o engajamento dos funcionários devem compor um KPI obrigatório e destaca alguns exemplos de como colocar isso em prática.
“É muito importante dar treinamento adequado, desenvolver as pessoas e oferecer bem-estar no trabalho. Diversidade também é imprescindível porque gera muito mais criatividade para as ações e ideais de projetos. Programas de reconhecimento é outra iniciativa que traz envolvimento do funcionário e que faz toda a diferença na vida e na carreira dele”, afirma Iluska Lopes.
LEIA MAIS
- Aumento da produtividade passa por sintonia entre novas tecnologias e colaboradores, dizem executivos
- Da nanotecnologia ao domínio do comportamento de compra: as novas tecnologias na indústria de alimentos
- Rastreabilidade digital de toda a cadeia: entenda as técnicas e como podem ser úteis
- Digitalização: uma ferramenta para a sobrevivência da indústria
- Inteligência artificial traz vantagens competitivas para a indústria