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Da nanotecnologia ao domínio do comportamento de compra: as novas tecnologias na indústria de alimentos

Da redução de produtos ao domínio do comportamento de compra as novas tecnologias na indústria de alimentos.png

Tecnologias ainda pouco disseminadas na indústria alimentícia podem alavancar a evolução de processos, desde a formulação de produtos até a estratégia de vendas.

As novidades da tecnologia na indústria alimentícia é assunto bastante explorado nas publicações e eventos voltados às empresas do setor, mas há novidades que ainda não estão tão suficientemente claras na cabeça de quem está dedicado a entender o que a ciência e a tecnologia podem acrescentar às atividades relacionadas à produção de alimentos e bebidas.

A nanotecnologia é uma dessas evoluções que ainda não estão tão disseminadas, mas que podem transformar profundamente alguns segmentos da indústria, com a redução a níveis nunca vistos de substâncias para que sejam incluídas em alimentos e bebidas de forma a aumentar seus valores nutricionais.

As novidades tecnológicas ainda pouco disseminadas no setor contemplam também o uso de softwares para organização do processo de desenvolvimento de produtos, que permite integrar etapas diferentes, reduzindo consideravelmente o tempo que se gasta organizando e revisando informações e lançando protótipos.

A indústria pode ainda se beneficiar das novas tecnologias para melhorar sua comunicação com o consumidor final, atualizando as sempre caóticas informações sobre o que são os pontos de vendas que compram seus produtos para oferecer ao público amplo. Campanhas publicitárias e de marketing podem ser otimizadas utilizando o big data e o data driven nessa etapa da cadeia.

Estas soluções – se combinadas com outras tecnologias, como inteligência artificial e reconhecimento por imagem –, também podem contribuir com o entendimento da indústria a respeito do comportamento de compra do consumidor final. É possível recolher, com precisão, dados sobre os consumidores no ponto de vendas durante as etapas finais do processo de compra, ou mesmo no pós-compra.

Entenda, a seguir, cada uma dessas soluções viabilizadas pelas novas tecnologias apresentadas durante o evento híbrido Fispal Tecnologia e TecnoCarne 2022.


Relacionada Data Driven: uso da Inteligência Artificial no gerenciamento de dados

 

Redução de ingredientes

Definida como uma startup de base tecnológica que desenvolve sistemas de liberação de ativos inteligentes utilizando nanotecnologia, a Yqssen tem trabalhado junto à indústria de alimentos para incluir novos ingredientes saudáveis em diferentes produtos. Um desses ingredientes é a luteína, um carotenoide presente em alimentos como milho, couve, rúcula e ovo.

A luteína tem como alguns de seus benefícios a atividade antioxidante e a versão comercializada pela Yqssen é extraída da calêndula, uma planta cujo óleo é bastante utilizado em tratamentos de pele.

Antes da implementação da nanotecnologia, a luteína só era utilizada em produtos oleosos, mas com a possibilidade de redução das frações incluídas nos produtos finais, a substância, vendida pela Yqssen como o nome de Ynano LUT, passou a ser incluída também em produtos aquosos, como sucos e iogurtes.

Além dos benefícios relacionados ao aumento da disponibilidade de luteína na dieta dos consumidores, a nanotecnologia aplicada no Ynano LUT possibilita aumentar a absorção do produto pelo intestino e melhorar a absorção.

Organização do processo de desenvolvimento

A Centric possui uma plataforma que organiza todas as etapas do desenvolvimento de produtos. O PLM, software da empresa, utilizado por alguns dos grandes players da indústria de alimentos, pode agilizar o desenvolvimento de receitas para colocar produtos novos no mercado.

No lugar de planilhas separadas, que não se comunicam em etapas diferentes do processo, como de receita e formulação e gestão de projetos, por exemplo, o software da Centric garante que os dados estejam disponíveis para os profissionais de todas as fases.

Em outro momento do processo de desenvolvimento, como na fase de compras de matérias primas e equipamentos, o PLM permite rastrear os custos citados pelos fornecedores para entender se, de fato, os produtos estão com os valores adequados. Também é possível rastrear pedidos de compra e datas de envio, além de comparar as cotações de diferentes fornecedores para fazer a melhor aquisição.

Tudo isso é viável por conta da reunião de dados de diferentes etapas do processo de desenvolvimento de produtos e interpretação da eficiência dos processos a partir das informações coletadas. Alguns desses dados podem ser usados em embalagens de consumo, permitindo trazer mais transparência para o consumidor.

Da porta para dentro, a indústria pode agilizar e organizar melhor os avanços das etapas, chegar a uma prova, falhar rapidamente nos testes do produto para, enfim, chegar ao resultado esperado. É possível gerenciar e otimizar o portfólio de produtos e variedades para cumprir metas de desempenho e otimizar o NPD (New Product Development).

Geralmente, sem a tecnologia adequada, 40% do tempo para desenvolvimento de produtos são gastos em atividades como reunião e revisão de informações, segundo a Centric. Com o software, é possível acelerar essas etapas e o processo de desenvolvimento para atender com mais eficiência à demanda do mercado por produtos novos.

Atualização do CRM de pontos de vendas

A empresa de tecnologia InterCompany é ativa no setor de farmácia, mas está entrando com vigor no de alimentos. A empresa trabalha com uma das gigantes mundiais do setor e é responsável pela atualização do CRM de 60 mil pontos de vendas em todo o Brasil.

Usando sua ampla base de dados, a InterCompany consegue reprocessar os dados relacionados a esses pontos de vendas a partir do CNPJ das empresas, identificando se houve mudanças no tipo de estabelecimento operando em cada uma dessas unidades físicas e quais atividades comerciais são tocadas nesses espaços.

A empresa tem uma parceria com o Google para identificar também o tamanho da fachada da loja e o tipo de via em que está estabelecida a unidade comercial em questão. Com essas informações, a InterCompany consegue ajudar o setor de marketing das empresas a refazer campanhas e adaptá-las à atividade daquele ponto de venda, ao seu tamanho e local onde está fixado.

Detalhamento do comportamento de compra

Outro projeto conduzido pela InterCompany diz respeito a uma parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) que permite a identificação minuciosa do comportamento de compra dos consumidores de café em cápsulas.

Utilizando reconhecimento por imagem e inteligência artificial, o software embarcado em coletores de cápsulas de café, instalados em unidades do varejo, permite ver quais os cafés em cápsulas mais consumidos em determinada região.

A associação criou campanhas para incentivar os consumidores a levar suas cápsulas usadas até um ponto de venda em troca de pontos em um programa de fidelidade e descontos para aquisição de novos produtos. Com isso, os industriais conseguem aumentar a previsibilidade no consumo desse tipo de produto.

Além de permitir que a indústria entenda com mais detalhes onde está sendo consumidas as cápsulas de café e quais os sabores preferenciais dos clientes, a solução da InterCompany garante o recolhimento de materiais descartáveis à indústria, possibilitando atividades sustentáveis no final da cadeia, com recolhimento e reutilização das cápsulas. A solução deve ser instalada em breve nas unidades de uma das gigantes do varejo de alimentos no país.

 

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