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Agenda ESG: Q&A FiSA aborda as práticas na indústria de ingredientes

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A agenda ESG é crescente, passando de tendência para uma obrigação, com o objetivo de atender as demandas do novo consumidor. Especialistas debateram a gestão da indústria, o uso do óleo de palma e do plástico, entre outros temas.

Cada vez mais exigida por consumidores e investidores, o ESG (Environmental, Social and Governance) começa a ser vista como grande prioridade pelas indústrias, independente do segmento de atuação. As ações sociais, ambientais e de governança são uma grande preocupação das indústrias de ingredientes, alimentos e bebidas.

Em todo o mundo, muitas são as empresas deste segmento que buscam se adequar às práticas ESG para agregar valor, aumentar a reputação institucional e se adaptar aos códigos de boas práticas ambientais, tudo isso com o objetivo de responder as exigências do mercado consumidor e financeiro.

Com base nisso, a plataforma FiSA convidou especialistas da área para um Q&A exclusivo para debater o tema ESG e tudo que engloba estas três importantes letras para o futuro de qualquer organização.

Participaram deste Q&A:

  • Fernando Careli, diretor de assuntos corporativos do Grupo Ferrero para a América do Sul;
  • Máisa Tapajós, nutricionista e fundadora da Regularium;
  • Vicente Ramos, redator publicitário da HQ Content.

 

Uma nova forma de pensar a gestão da indústria de ingredientes

A preocupação com os pilares ambiental, social e de governança têm sido tópico de intermináveis discussões em grandes empresas, tornando-se uma tendência, quase como uma obrigação.

Diante disso, as empresas têm o compromisso de adotar processos produtivos cada vez mais transparentes, englobando além das preocupações com meio ambiente, as ações sociais, econômicas e de governança.

Diante destas muitas vertentes, o tema ESG é, segundo Máisa Tapajós, muito abrangente e pertinente dentro da indústria de ingredientes, alimentos e bebidas.

Na parte regulatória, a nutricionista salienta que este tema é muito visado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), principalmente devido à perda de ingredientes e alimentos decorrentes do excesso de desperdício.

“Os desperdícios reduzem a disponibilidade global de alimentos, fazem com que produtores percam renda e destroem o meio ambiente. Cabe à área regulatória rever diversos pontos para reaproveitar alimentos hoje vistos como desperdício”, indica Máisa.

Fernando Careli, por sua vez, acredita que o consumidor está cada dia mais informado sobre o que leva para casa em termos de alimentação e esse é fator que estimula as empresas a investir em ESG.

“Os consumidores estão mais bem informados e certamente inserem critérios ESG em suas decisões de compra. Cabe a nós, como empresa, priorizar cada detalhe dos aspectos importantes desejados pelo consumidor e inseri-los em nossos produtos”, afirma o diretor do Grupo Ferrero.

As boas práticas contribuem para uma transformação constante da indústria, melhorando a comunicação com o consumidor. “Empresas que investem em ESG terão maior capacidade de atender a demanda do consumidor, assim como conseguem reduzir seus riscos”, diz Vicente Ramos.

Óleo de Palma: cadeia sensível, mas muito importante

Diante da relevância da sustentabilidade na indústria de ingredientes e alimentos, os participantes do Q&A perguntaram sobre o uso do óleo de palma na fabricação de diversos alimentos, principalmente na indústria de chocolates, ao mesmo tempo que é muito sensível na questão ambiental e social.

Exatamente por isso, o Grupo Ferrero trabalha seriamente dentro do tema, visando o máximo de qualidade e buscando por certificações, como explica Fernando Careli. “Desde 2015, o Grupo Ferrero compra 100% do óleo de palma que consome com base no mais alto nível de certificação presente no mercado. O controle é total, desde a fazenda que planta a palma até os processadores e consumidores deste ingrediente.”

Careli explica que essa é a prova que o processo de consumo de óleo de palma é muito sério dentro do Grupo Ferrero. “Hoje somos referência em todo o mundo neste quesito, tanto que buscamos compartilhar nosso sucesso para todos.”

Dessa forma, a busca pela sustentabilidade e a agenda ESG não devem ser apenas um diferencial dentro das empresas e sim fazer parte de toda a estratégia. “Não há uma companhia como a nossa sem uma agenda ESG clara e eficiente”, complementa o diretor do Grupo Ferrero.

Agenda regulatória cresce e visa a sustentabilidade

No Brasil, a agenda regulatória que insere as empresas dentro do conceito ESG ainda caminha a passos lentos, mas está avançando e trazendo a transformação.

“A maior regulação tende a subir a barra de todo o mercado, consequentemente as boas práticas passariam a ser uma exigência regulatória aplicada a todas as empresas. Isso é um impulso muito grande para todo o setor”, complementa Careli.

Apesar de ainda estar atrás de outros países, Máisa Tapajós afirma que há muitos temas que estão avançando. “Hoje temos boas práticas de fabricação, de armazenagem, de transporte e demais procedimentos dentro da cadeia de alimentos que garantem a rastreabilidade e as ações de sustentabilidade.”

Plástico: um problema mundial que depende de ações ESG

Outro tema abordado no Q&A da FiSA foi o plástico usado em embalagens de alimentos, considerado hoje um grande poluidor mundial. Porém, hoje há muitas inovações que visam reduzir seu uso ou substitui-lo no Brasil e no mundo.

Neste contexto, Fernando Careli ressalta que o plástico é um problema relacionado à origem e ao descarte. “Hoje o uso do plástico depende do tipo de plástico a ser adotado e como será seu descarte. Tudo depende de um bom planejamento”.

O diretor do Grupo Ferrero explica que a companhia tem o compromisso de, até 2025, utilizar plásticos recicláveis, biodegradáveis ou compostáveis. “Para isso, trabalhamos onde as oportunidades aparecem, inovando de forma contínua”, salienta.

Complementando a informação sobre o tema, Máisa Tapajós, que presta consultoria para muitas empresas da área de alimentação e de embalagens, salienta que é crescente o número de empresas preocupadas com embalagens comestíveis e feitas com produtos naturais.

“Muitas empresas estão se movimentando nessa direção. Elas buscam cada vez mais a adoção de alternativas para conduzir as embalagens também dentro dos parâmetros de ESG”, diz a nutricionista.

Dessa forma, seja na rastreabilidade da matéria-prima ou no uso de embalagens sustentáveis, as boas práticas ESG devem ser um objetivo compartilhado entre todos, permitindo que o mundo possa evoluir e ter um planeta mais saudável para futuras gerações.

O vídeo deste Q&A FiSA e das edições anteriores, e seus respectivos White Papers, estão disponíveis no FiSA BrainBOX, um espaço exclusivo para profissionais que atuam em P&DMarketing e Regulatório. Acesse aqui e conheça todas as vantagens de fazer parte desta comunidade.

 

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