Análise realizada pelo Rabobank indica que o consumo mundial de carne deve sofrer um acréscimo de 45 milhões de toneladas até 2028. Porém, mesmo com a clara projeção de crescimento, pode haver variações neste volume ao longo dos próximos anos, com momentâneas reduções em alguns períodos e crescimento em outros.
Neste contexto, independente da variação no consumo mundial de carne, espera-se que o Brasil mantenha seu papel de destaque na produção e exportação mundial de proteína animal.
Entretanto, para que se mantenha entre os grandes produtores e exportadores de carne no mundo, os atores da pecuária nacional (diga-se pecuaristas, frigoríficos, exportadores) precisam ter ciência dos desafios globais e internos para, assim, se adequarem e atender a demanda mundial.
Buscar novos mercados é necessário
A longo prazo, a perspectiva para os próximos anos é de crescimento na demanda por carnes. Entretanto, de acordo com o representante da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, Alan Bojanic, explica que no curto prazo vem sendo observado que os mercados consumidores tradicionais de proteína animal (caso dos Estados Unidos e da China) experimentaram uma certa desaceleração de seu crescimento econômico.
“Diante desse cenário, a demanda interna desses países pode sofrer, como consequência, certa contração”, comenta Bojanic.
O representante da FAO complementa: “Isso não necessariamente implica em uma redução volumosa de consumo de carne a longo prazo, mas que as projeções de exportação de alguns países não serão atingidas e/ou ficarão bem abaixo do esperado”. Neste contexto, Bojanic indica que os grandes produtores de carne, principalmente o Brasil, podem se ver obrigados a encontrar novos mercados para remanejar a produção excedente.
“Grandes exportadores de carne, como o Brasil, devem se preparar para situações em que o mercado mundial de carne sofra mudanças ou recuos circunstanciais de tendências. Situações pontuais como a da China não significam que as importações irão cessar, mas apontam para a necessidade de diversificar mercados”.
Entre estes mercados com alto potencial, a Índia, a Indonésia, as Filipinas e a Coréia do Sul vêm ganhando destaque e precisam ser “conquistados” pela carne brasileira.