Desde agosto de 2018, a China tem sofrido com casos de peste suína africana – doença que está se espalhando para além das fronteiras: um caso em fevereiro de 2019 no Vietnã, um caso de abril de 2019 no Camboja (em um período de trinta dias forma identificados outros sete) em um caso em junho de 2019 no Laos, além de dois casos, em maio e junho de 2019 em Hong Kong, e Coreia do Norte um caso em maio de 2019. “A doença segue se espalhando. O temor é de disseminação para a Tailândia. Não é um problema chinês, mas asiático”, afirma o consultor de mercado da Agrifatto, Gustavo Machado.
A China tem o maior rebanho suíno mundial, mais de 50% do plantel, seguido da União Europeia e dos Estados Unidos. E o país asiático também é o maior consumidor mundial de carne suína, com a crise da doença há perspectiva de queda na produção, interrupção de transporte além de abates prematuros para evitar novas contaminações.
Para evitar a disseminação da peste suína africana, as Filipinas proibiram a importação carne de países que já registraram casos, como a Alemanha, depois que de um lote de caixa de carne que vinha daquele país, mas original da Polônia (Alemanha “terceiriza” produção e a Polônia já teve registro). A Coreia do Sul aplica quarentena de carnes importadas, o que vem da Alemanha fica em quarentena de cem dias.
Machado lembra que esse “buraco” pode ser preenchido por outros países, porém com “os Estados Unidos estão em guerra comercial com a China, não se sabe o que pode acontecer, mas somos o quarto colocado no ranking de produtores e ‘podemos surfar essa onda’”.
Em regiões que produzem e consomem pouco há desajuste de preço e abate prematuro, oferta muito grande enquanto população reduz consumo. “Agora falta carne e tem elevação de preço. Vai ter grande competição para entrar nesse mercado, vai precisar de habilitação de novas plantas, há espaço para protagonismo brasileiro”, explica o consultor de mercado.