Nosso País perde, aproximadamente, R$ 160 bilhões todos os anos devido a problemas de logística, de acordo com a Fundação Dom Cabral. Desse montante, R$ 13 bilhões são referentes à falta de estrutura dos portos, um modal em que nenhuma carga é liberada em 24 horas e apenas 5% a 10% dos casos são liberados em até 48 horas. Contudo, uma solução nacional promete mudar isso. Trata-se do Canal Azul.
Desenvolvida pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada) e Instituto de Tecnologia de Software, o projeto consiste em um lacre eletrônico aplicado em contêineres de carne destinados à exportação.
A ferramenta permite que contêineres não precisem de liberação ao chegar ao porto, pois a validação acontecerá previamente por um fiscal federal agropecuário no fluxo de saída do frigorífico. O lacre ajuda ainda no rastreamento da carga, economia com aluguel de contentores, energia elétrica, armazenamento e monitoramento, bem como a redução das intervenções no processo e o aumento da visibilidade operacional.
Segundo o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, a tecnologia possibilita uma redução drástica do tempo gasto com trâmites burocráticos na liberação de cargas nos terminais do Brasil. Testes mostraram que o Canal Azul pode reduzir em média 57 horas no porto de Santos (SP) e 109 horas no porto de Navegantes (SC). "O investimento dos frigoríficos nos lacres eletrônicos é baixo comparado à economia que será feita com a redução do tempo das cargas nos portos e em outros fatores também”, afirma Camardelli. O lacre eletrônico para os frigoríficos será comercializado pela startup Pirus Tecnologia.