Atualmente, ao abrir um restaurante, é comum que os empreendedores tenham dúvida sobre o modelo de negócio ideal. De um lado temos a loja física tradicional, com o salão e os clientes indo até o local para consumir os pratos.
A outra opção é dark kitchen, modelo de negócio em que os pedidos são feitos apenas por delivery, sem nenhum tipo de contato ou atendimento presencial ao público.
Mas afinal, qual das opções vale mais a pena para o empreendedor? Será que abrir um restaurante dark kitchen é realmente lucrativo? Para entender mais sobre o assunto, conversamos com a empresária Harianne Barros, que desde 2006 é proprietária da pizzaria “Graminha Pizza Por Metro” e que, em 2020, criou o delivery de petiscos “Um Teco de Sabor”. Ela acumula a experiência de empreender em negócios de alimentação fora do lar e também com dark kitchens. Confira as considerações feitas pela empresária.
Vale a pena abrir um restaurante no modelo dark kitchen?
Harianne acredita que a pandemia da Covid-19 foi responsável por ampliar e tornar mais conhecido o modelo dark kitchen. Ela acredita que o negócio pode ser bastante lucrativo e que vale a pena empreender nesse modelo.
Em suas palavras: “A pandemia tornou praticamente obrigatórias as dark kitchens para quem trabalha com a alimentação. Até porque os restaurantes foram proibidos de operar o salão. Em termos de custos é infinitamente mais barato ter um negócio por delivery”.
É justamente por conta do investimento menor que as dark kitchens são um bom modelo de negócio para quem está começando no mercado. Além do mais, nada impede de iniciar atendendo apenas por delivery e, conforme o negócio cresce, abrir também uma loja física.
Quais são as diferenças de infraestrutura entre uma dark kitchen e negócios de alimentação fora do lar?
No que se refere à infraestrutura, Harianne acredita que os empreendedores que decidirem abrir uma dark kitchen devem se preocupar em ter um controle de riscos rigoroso, para proporcionar um produto de qualidade para o cliente, mesmo que a fiscalização seja mais branda.
“Justamente por ser proprietária de um restaurante no formato tradicional e agora também estar empreendendo num formato dark kitchen, trago a experiência e os cuidados de higiene que são exigidos pelos órgãos de restaurantes físicos. O estabelecimento de salão é constantemente avaliado e inspecionado pela Vigilância Sanitária. Nas dark kitchens residenciais esse controle não existe, então é importantíssimo o comprometimento do empreendedor com higiene e manutenção, para entregar um produto dentro das normas para os clientes”, explica a empresária.
Quais são as principais maneiras de atrair público para uma dark kitchen?
Como as dark kitchens operam apenas por delivery, uma das principais maneiras de conquistar o público é por meio do marketing digital. Nesse sentido, é preciso desenvolver conteúdos que não mostrem apenas os pratos que são vendidos, mas também ter transparência sobre o preparo e práticas de higiene, para que o cliente tenha mais confiança.
Harianne acredita que esses cuidados são fundamentais para que as pessoas se sintam confortáveis ao fazer os pedidos, tendo a certeza de que estarão consumindo um prato saboroso e que foi preparado com todos os cuidados necessários, para garantir a sua saúde.
Em resumo, podemos dizer que o formato dark kitchen vale a pena e que pode sim ser bastante lucrativo. Se você não tem muito dinheiro para investir, essa é uma boa escolha para iniciar o seu negócio, que futuramente pode também ter uma loja física.