Foi fechado um acordo com o Ministério da Saúde, que tem como objetivo a redução de açúcar na indústria de alimentos e bebidas. O Brasil é um dos primeiros países do mundo a buscar uma meta do tipo, prevista em diminuir em 144 mil toneladas o açúcar de bolos, misturas para bolos, produtos lácteos, achocolatados, bebidas açucaradas e biscoitos recheados, sendo o prazo para tanto o ano de 2022.
Com o acordo, a ideia é melhorar a conscientização da população e aumentar a procura por alimentos mais saudáveis, por isso, o apoio da indústria na redução de açúcar é fundamental.
Para ter uma ideia, os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que 64% desse total corresponde àquela colher extra de açúcar que colocamos nos alimentos, e o restante é proveniente industrializados.
Além disso, o excesso de consumo do açúcar já está impactando no aumento de doenças crônicas, como o diabetes e a obesidade. Por isso, a medida se faz cada vez mais urgente!
O que muda com o acordo de redução de açúcar na indústria de alimentos e bebidas?
O Ministério da Saúde analisou critérios, como o consumo e distribuição do teor de açúcar nos alimentos, a queda dos teores de açúcares livres não resultantes em aumento no valor energético e de adição ou substituição por adoçantes, e o percentual de produtos que precisariam ser reformulados para que a meta fosse atingida.
Com isso, os produtos com maiores teores serão os mais impactados na medida para redução de açúcar na indústria de alimentos. Os biscoitos e produtos lácteos, por exemplo, devem retirar 62,4% e 53,9% de açúcar da composição, respectivamente. Já para os bolos, a meta é de até 32,4%, e para as misturas até 46,1% do teor de açúcar. Por fim, os achocolatados têm a meta de cair até 10,5% e as bebidas açucaradas até 33,8%.
É importante dizer que o monitoramento da meta de redução de açúcar na indústria de alimentos será feito a cada 2 anos, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a primeira análise no final do ano de 2020.
Fazem parte do acordo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI) e a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).
Os impactos do acordo no mercado
A medida de redução de açúcar na indústria de alimentos foi tomada para aumentar a conscientização da população. Com isso, o apoio do setor vai contribuir para que os consumidores façam escolhas mais saudáveis e, assim, diminuam o risco de contrair doenças.
Ainda assim, pode haver certa preocupação, tanto pelo lado das indústrias, quanto pelo ponto de vista do consumidor, uma vez que produtos mais saudáveis são constantemente relacionados à custos mais altos.
"O setor avalia que não haverá impactos decorrentes do acordo de redução de açúcar na indústria. As indústrias investem constantemente em pesquisa e desenvolvimento para inovação contínua do seu portfólio, adequando alimentos e bebidas às demandas atuais da sociedade e do consumidor. O processo de produção não terá um custo mais alto, apenas será diferente, pois passará por adaptações. Reforçamos, também, que essas mudanças não implicarão em produtos mais caros", explica João Dornellas, presidente executivo da Abia.
E quem ficar de fora?
De acordo com Dornellas, as associações representativas das indústrias de alimentos e bebidas, em conjunto com o Ministério da Saúde, realizaram 6 oficinas técnicas, que contaram com a participação de universidades, sociedades médicas e de conselhos de categoria profissional para refletir, compartilhar e discutir acerca de experiências e expectativas sobre as estratégias para a redução do consumo de açúcares no Brasil.
"O Ministério da Saúde priorizou as categorias de alimentos industrializados que mais contribuem com a ingestão de açúcar pela população brasileira, de acordo com a última POF/IBGE. As indústrias que não alcançarem o resultado esperado de redução serão notificadas pelo Ministério da Saúde e deverão apresentar uma justificativa, além de um plano para o atendimento da meta estipulada", explica Dornellas.
Ele ainda ressalta que a indústria está comprometida em contribuir para uma alimentação nutricionalmente adequada, além de oferecer ao consumidor alimentos seguros, de qualidade e com teores reduzidos de açúcares, sódio e gorduras.
E você, o que acha dessa nova política de redução de açúcares nos alimentos industrializados? Conte pra gente pelos comentários e até a próxima!