A logística reversa alimentos e bebidas envolve o processo de recolhimento, reciclagem e reuso de embalagens e resíduos, visando a sustentabilidade e redução de desperdício. Saiba mais!
A logística reversa na indústria de alimentos e bebidas possui um importante caráter socioambiental. Afinal, ela permite reaproveitar resíduos ou dar a destinação correta à eles, minimizando os impactos no meio ambiente e colaborando para o desenvolvimento econômico e social.
Atitudes nesse sentido já estão se tornando lei em alguns estados. Além disso, a logística reversa na indústria é uma prática cada vez mais importante, uma vez que a exigência por atitudes do tipo aumenta. E, cada vez mais, os consumidores demandam que as empresas atuem de forma consciente e sustentável.
Continue com a leitura desse artigo e entenda melhor como a logística reversa beneficia a indústria e toda a sociedade!
O que é logística reversa alimentos e bebidas
A logística reversa na indústria de alimentos e bebidas refere-se ao processo de gerenciamento do retorno de produtos, embalagens e resíduos ao ciclo de produção após o consumo. Este processo inclui a coleta, triagem, reciclagem e reuso de materiais, com o objetivo de minimizar o impacto ambiental e maximizar a eficiência dos recursos. Embalagens de plástico, vidro, metal e papelão são recolhidas e processadas para serem reutilizadas ou recicladas, reduzindo a necessidade de matéria-prima e diminuindo a quantidade de resíduos encaminhados para aterros sanitários.
Além da gestão de resíduos sólidos, a logística reversa alimentos também engloba a recuperação de produtos vencidos ou com defeito, que podem ser reprocessados ou descartados de maneira ambientalmente responsável. A implementação de programas de logística reversa permite às empresas da indústria de alimentos e bebidas atenderem a exigências legais, reduzir custos operacionais e fortalecer sua imagem perante consumidores cada vez mais conscientes sobre sustentabilidade.
A importância da logística reversa na indústria alimentícia
A logística reversa engloba a ação conjunta entre a indústria e os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos. Por meio de tecnologias, transparência e escala, o objetivo da ação é adequar a empresa às regulamentações com responsabilidade socioambiental.
"A logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social que se caracteriza por um conjunto de ações, procedimentos e meios. Eles são destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos", explica o Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp.
O instrumento está previsto na Lei Federal 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS), bem como alguns produtos e embalagens em que a exigência de implementação e operacionalização é compulsória
Dessa forma, é possível reduzir o custo de todo o processo de logística reversa e colaborar para um problema sério em nosso país.
Para você ter ideia, somente 3% da coleta de resíduos sólidos urbanos no Brasil são realizados por via formalizada. Com isso, há um mercado de cerca de 97% que não retorna à cadeia produtiva, abrindo oportunidade de negócios, de acordo com dados da Fiesp.
Como a logística reversa beneficia a indústria de alimentos e bebidas
A Resolução SMA 45/2015 do Estado de São Paulo determinou a exigência da logística reversa para as embalagens de alimentos e bebidas.
"São Paulo inovou na fiscalização do cumprimento da logística reversa ao exigi-la como condicionante no processo de licenciamento ambiental. Essa exigência é operacionalizada por meio da Decisão de Diretoria nº 076/2018, portanto é uma exigência legal".
Para a Fiesp, o objetivo da logística reversa na indústria estão diretamente ligados à destinação final ambientalmente adequada, ou seja, a reutilização ou reciclagem das embalagens restituídas.
"Nesses casos, são inúmeros os benefícios tanto para as indústrias como para a sociedade, sejam estes ligados à redução do consumo de matéria-prima virgem, aumento de vida útil de aterros sanitários, desenvolvimento da cadeia produtiva dos materiais reciclados, proteção de marca, inclusão social, entre outros".
Desafios a serem superados na logística reversa alimentos
Apesar de a logística reversa na indústria ter se tornado uma exigência legal para alguns produtos e embalagens, ela não não veio acompanhada de melhorias sistêmicas na gestão dos resíduos sólidos. De acordo com a Fiesp, apesar de essas melhorias estarem previstas na PNRS, elas tiveram pouco ou nenhum desenvolvimento ao longo dos 8 anos de implementação da Lei.
"Há enormes obstáculos operacionais, financeiros, tributários, bem como aqueles que demandam alterações legislativas, mas pode-se afirmar que ocorreram avanços significativos. No entanto, existem desafios essenciais para que possamos consolidar todas estas iniciativas, dentre as quais cabe destaque a necessidade de efetivo envolvimento de todos os responsáveis pela implementação da logística reversa; a operacionalização dos instrumentos econômicos (tributários e fontes de financiamento) para materiais recicláveis e reciclados; as sinergias relativas ao transporte dos materiais recicláveis, a efetiva fiscalização e de comunicação/Marketing".
Os profissionais ainda destacam a educação ambiental como outro grande gargalo da logística reversa na indústria, especialmente no caso das embalagens. Afinal, é o cidadão comum que tem o poder de determinar o destino que a embalagem terá.
"Um dos principais gargalos é de que forma a informação correta chega até o usuário final de um produto ou embalagem, no momento do seu descarte, que poderá alterar completamente o sucesso dos sistemas implantados. Neste sentido precisamos mais do que nunca das parcerias estratégicas e da divulgação adequada em cada região, em cada município, nas escolas, usando as mídias sociais para que a população tenha a informação necessária para sua correta e essencial colaboração".
Por isso, muito mais do que implementar a logística reversa na indústria, é fundamental atuar na educação do consumidor final. Dando, assim, às embalagens um papel mais social.