Estudos para caracterização sensorial do café, coordenados pela Embrapa Café (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), identificaram grãos com características naturais, cujos sabores e aromas são semelhantes ao alecrim, eucalipto e hortelã. As análises são integradas por vários institutos de pesquisa e buscavam encontrar grãos com características diferenciadas. Os próximos passos dos exames estão focados em expandir o cultivo desses cafés onde ainda não há plantio.
Outra ação facilitada pelo estudo, segundo o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, é a rastreabilidade do grão. Com ela será possível obter a indicação geográfica do café, que mostra de qual município vem aquele item e de qual propriedade ele vem. A descoberta ajuda ainda a tirar o produto da classificação exclusiva de commodity e reforça a tendência de “café de qualidade” que tem ganhado força nos últimos anos. Esse mercado tem se expandido entre 12% e 15% anualmente, em parte pelo grau de exigência dos consumidores internos e externos, de acordo com Bartholo.
Inicialmente, devido aos novos sabores, os cafés foram chamados de “exóticos” e “especiais”. Porém, o gerente explica que o primeiro termo foi ligeiramente adaptado para a situação, afinal o café é sim exótico no Brasil, por não ser uma planta nativa do País. Os “especiais” são aqueles cujo os grãos não apresentam nenhum defeito.