Suplementos alimentares são produtos que complementam a alimentação, seja com vitaminas, probióticos ou outros nutrientes. Entenda para que eles servem e conheça suas principais etapas de produção.
Cada vez mais, a busca por saúde e bem-estar se torna prioridade. Por isso, os suplementos alimentares são aliados indispensáveis nesse processo.
Estes produtos, que vão desde vitaminas simples a formulações mais complexas, têm sido cada vez mais procurados por consumidores.
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), em um período de 5 anos, o consumo de suplementos alimentares no Brasil aumentou em 10%. Segundo a própria pesquisa, este aumento se deu devido à pandemia de covid-19.
À medida que os consumidores buscam maneiras de melhorar sua saúde, os suplementos alimentares se mostram como uma solução conveniente para complementar a dieta.
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O que é suplemento alimentar?
Geralmente na forma de cápsulas, comprimidos ou pó, os suplementos alimentares são produtos ingeridos por via oral. Seu principal objetivo é complementar a alimentação das pessoas.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a finalidade de um suplemento alimentar é “fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação”.
Podemos dizer que um suplemento alimentar não é um alimento por si só. Por isso, não substitui uma refeição, independentemente da dieta. Seu principal objetivo é apenas fornecer nutrientes que podem estar em falta, ou auxiliar em determinadas funções do organismo.
A categoria é recente, criada em 2018. A partir de então, passou a exigir regras específicas, incluindo limites mínimos e máximos e populações indicadas.
Geralmente, suplementos são indicados para pessoas que apresentam carência de determinado nutriente – em função de uma falha na alimentação e, outras vezes, por alguma questão de digestão do organismo.
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Quem precisa de suplemento alimentar?
A necessidade de suplementação alimentar varia de pessoa para pessoa. Depende dos seus objetivos, estilo de vida, condições de saúde e a dieta que segue. Em geral, toda a população pode se beneficiar com a suplementação alimentar: desde atletas a pessoas sedentárias.
Porém, os suplementos são recomendados sobretudo para quem possui algum tipo de carência, deficiência na absorção de nutrientes ou dificuldade de consumir a quantidade certa de determinado alimento.
Normalmente, estes são os grupos aos quais profissionais da saúde recomendam a suplementação:
- Pessoas com alguma deficiência nutricional: ao ter a carência de vitaminas ou minerais comprovada, como ferro, vitamina D ou vitamina B12, a suplementação é mais do que necessária;
- Grupos com maior risco de deficiências, como gestantes, lactantes, idosos e veganos;
- Indivíduos com doenças autoimunes ou outras condições de saúde específicas, como diabetes, doenças cardíacas ou câncer;
- Atletas de alta performance ou praticantes de atividades físicas. Quem se dedica a exercícios físicos constantes pode ter uma maior necessidade de determinados nutrientes, como proteínas e vitaminas antioxidantes.
Além disso, bebês e crianças em fase de crescimento também podem precisar de suplementos relacionados à nutrição infantil para garantir o desenvolvimento correto.
Por outro lado, o uso inadequado ou desnecessário de suplementos pode resultar em efeitos adversos à saúde. Por isso, este complemento à alimentação deve ser sempre usado a partir da indicação profissional.
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Quais são os suplementos alimentares mais utilizados?
Desde a pandemia de coronavírus, em 2020, o mercado de suplementos alimentares no Brasil (e o no mundo) cresce a cada dia.
Cada vez mais, a busca por alimentação balanceada e uma dieta equilibrada fazem parte da rotina da população. Sendo assim, estes são os suplementos alimentares mais utilizados:
Vitaminas e minerais
De acordo com o National Institutes of Health (NIH), multivitamínicos com fórmulas completas estão no topo do consumo. Afinal, são suplementos que ajudam a garantir uma ingestão adequada dos nutrientes de um jeito prático.
Proteínas
A suplementação de proteína tem apresentado crescimento exponencial. O que já era uma tendência para 2023, segue crescendo – sobretudo quando se trata do whey protein, suplemento produzido a partir da proteína do soro do leite.
Tanto o whey protein quanto as proteínas vegetais têm rápida absorção e valor biológico excelente, o que auxilia na imunidade e no fortalecimento muscular.
Probióticos
Segundo a Abiad, probióticos e prebióticos também têm se destacado no mercado de suplementação alimentar.
Populares para tratar a saúde intestinal e a função imunológica, estes tipos de suplementos têm sido procurados, inclusive, como alternativa para a redução de estresse e ansiedade.
De acordo com levantamento do Innova Market Insights, as gerações mais recentes têm uma preocupação intensa com o bem-estar e a boa saúde mental. Dados do relatório mostram que 30% dos consumidores das gerações Y e Z buscam por um estilo de vida mais saudável em relação à saúde mental.
Em comparação, apenas 27% da geração X e 23% dos boomers se preocupam com a pauta.
Estes dados estão diretamente ligados às tendências de suplementação. Afinal, existem vitaminas que impactam diretamente no manejo do humor, do estresse e do sono, como as do complexo B e o zinco.
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Regulamentações e normas brasileiras
No Brasil, a regulamentação dos suplementos alimentares é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece normas e regulamentos para garantir a segurança e qualidade desses produtos.
Resolução RDC n.º 243/2018
Na Resolução da Diretoria Colegiada, a Anvisa estabelece requisitos para a composição, qualidade, segurança e rotulagem dos suplementos alimentares em território nacional.
Foi a primeira vez em que os suplementos entraram em uma categoria. E, com isso, se estabeleceu uma lista de ingredientes permitidos na composição desses produtos. São eles:
- Nutrientes: vitaminas, minerais, macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e fibras alimentares.
- Substâncias bioativas: extratos vegetais, aminoácidos, ácidos graxos, probióticos e enzimas.
- Aditivos alimentares: substâncias adicionadas aos suplementos para melhorar suas características sensoriais, como corantes, aromatizantes e conservantes.
Da mesma forma, a RDC também proíbe o uso de diversas substâncias em suplementos alimentares, como substâncias doping, estímulos e substâncias com risco à saúde (como a efedrina).
A RDC n.º 243/2018 também reforça a importância da rotulagem clara e precisa dos produtos. Isso significa que as informações devem ser precisas, completas e de fácil compreensão.
Instrução Normativa IN n.º 28/2018
Junto à RDC anterior, a Anvisa também publicou a IN nº 28/2018.
Esta instrução normativa surgiu para estabelecer critérios e orientar unidades administrativas em relação à composição dos suplementos alimentares.
Ela estabelece os requisitos gerais para suplementos alimentares, incluindo definições, listas positivas de constituintes e limites de uso, rotulagem e outras disposições.
A norma estabelece requisitos sanitários, desde a definição do termo "suplemento alimentar", até a rotulagem dos produtos.
- Lista detalhada de ingredientes: enquanto a RDC aborda as composições dos suplementos de forma abrangente, a normativa estabelece uma lista com ingredientes, limites de uso e alegações permitidas para cada nutriente;
- Rotulagem: são listadas as informações obrigatórias como o nome do produto, lista de ingredientes, dados do fabricante etc.;
- Controle de qualidade: a IN n.º 28/2018 define boas práticas de fabricação, como o controle de qualidade e o monitoramento da produção.
Como são feitos os suplementos alimentares?
A produção de suplementos envolve um processo rigoroso com diferentes etapas. Embora variem conforme o tipo de produto, existe um protocolo a ser seguido, que incluem:
1. Formulação
O processo começa a partir da definição da fórmula do suplemento. Neste momento, são incluídas: seleção de ingredientes, dosagens e formas farmacêuticas.
No caso dos suplementos brasileiros, a formulação deve ser baseada nas normas estabelecidas pela Anvisa.
2. Obtenção da matéria-prima
Escolher ingredientes de qualidade impacta diretamente no produto final. As matérias-primas, sejam elas vitaminas, minerais, ervas ou outras substâncias naturais, devem ser puras e atender aos padrões estabelecidos.
3. Testes
Todo ingrediente passa por testes. Assim, é possível garantir a pureza e a qualidade da matéria-prima obtida. Em geral, os testes podem incluir métodos como a cromatografia, espectroscopia e a mais importante: a análise microbiológica.
4. Fabricação
O momento de fabricação do produto acontece a partir de diferentes processos. Alguns dos procedimentos utilizados são a mistura, a moagem, a granulação e a secagem.
5. Controle de qualidade
Esta é uma das etapas mais importantes. Aqui, a fabricante garante que o produto cumpre as especificações e requisitos legais para a comercialização do suplemento.
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Principais canais de distribuição
Como já dissemos, o mercado de suplementos alimentares está em expansão no Brasil. Neste cenário, fabricantes e revendedores precisam manter-se atentos aos diferentes canais de distribuição disponíveis.
Com isso, o varejo tradicional é um dos meios para este tipo de comercialização.
Suplementos alimentares são cada vez mais procurados em farmácias, supermercados e lojas voltadas à alimentação.
O comércio eletrônico também tornou-se uma maneira conveniente de comprar este tipo de produto, além de alavancar grandes marcas brasileiras.
A diversidade de canais disponíveis aumenta a acessibilidade aos suplementos alimentares, permitindo que um público amplo tenha acesso a esses produtos.
Como está o mercado de suplementos alimentares?
Um levantamento feito pelo Grand View Research aponta que até 2023, o tamanho do mercado global de suplementos era de 177,50 bilhões de dólares.
De 2024 até 2030, estima-se uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 9,1%, tendo em vista o aumento da demanda por um estilo de vida saudável.
Aliado ao percentual, a mesma pesquisa demonstra que esse mercado está em plena inovação. Cada vez mais empresas desenvolvem novas fórmulas e produtos que atendem às diferentes necessidades e preferências do consumidor moderno.
O cenário brasileiro também é promissor. Só em 2017, o país gastou 9,6% do orçamento geral de saúde em alimentos e suplementos, de acordo com dados coletados pela Organização Mundial da Saúde.
Depois da pandemia os números continuaram a crescer, como aponta a pesquisa Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil, da Abiad, que citamos no início deste artigo.
Segundo o levantamento, somente em 2020, 72% dos entrevistados aumentaram seus cuidados com a alimentação. Tanto é que em 59% dos lares brasileiros havia, pelo menos, uma pessoa consumindo suplementos na época.
Do total de entrevistados pela Abiad, 98% disse estar muito satisfeito ou satisfeito com o uso de suplementos alimentares.
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Perspectivas para o futuro
Os suplementos alimentares desempenham papel crucial na promoção da saúde e do bem-estar, oferecendo soluções que atendem às necessidades variadas dos consumidores.
Desde a saúde mental até os cuidados estéticos, a indústria está se adaptando e inovando para oferecer produtos que sejam não apenas eficazes, mas também alinhados com os valores e estilos de vida.
Hoje, as pessoas buscam um estilo de vida mais saudável, com foco na saúde mental e física, e na sustentabilidade ambiental. A tendência é que componentes naturais e orgânicos dominem grande parcela do mercado, refletindo as preocupações mais abrangentes do público.
Ao abraçar a transparência, a sustentabilidade e a conveniência, empresas têm altas chances de fazer parte da vida de seus consumidores, desempenhando papel significativo na jornada de saúde e felicidade do público.
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