Food Connection faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

As possibilidades dos ingredientes plant-based para a indústria

As possibilidades dos ingredientes plant-based para a indústria.jpg

Os produtos à base de plantas estão em franca ascensão. Confira mais sobre as oportunidades do segmento.

Os ingredientes plant-based são feitos somente com derivados de plantas - incluindo vegetais, legumes, grãos, sementes, castanhas e frutas. É uma indústria em constante crescimento, estando cada vez mais desenvolvida para atender às necessidades do mercado.

O consumo de produtos à base de plantas tem aumentado, tanto por pessoas vegetarianas ou veganas, como pelos flexitarianos, que consomem produtos de origem animal, mas querem balancear sua dieta, substituindo por algumas opções plant-based

“O objetivo é criar opções que permitam aos consumidores manterem seus hábitos e tradições alimentares e, ao mesmo tempo, fazerem escolhas mais sustentáveis, saudáveis e simples”, destaca a Gerente de Ciência e Tecnologia do The Good Food Institute, Cristiana Ambiel, em entrevista ao Food Connection.

 

Elaboração dos ingredientes plant-based

Para elaborar os ingredientes plant-based, a indústria pode apostar em uma variedade de matérias-primas, como soja, ervilha, lentilha, grão de bico, feijões, sementes, tubérculos, raízes, castanhas, nozes, cogumelos, algas e muito mais.

“Estes alimentos podem ser utilizados integralmente ou serem transformados em ingredientes por meio de processos de extração químico, físico ou biológico para obtenção de proteínas, fibras, amidos, óleos e corantes, por exemplo”, explica Cristiana Ambiel.

Os ingredientes extraídos das plantas são balanceados em uma formulação, para então passarem por tecnologias de processamento de alimentos convencionais “como extrusão, emulsificação, mistura, cozimento, secagem, resfriamento e congelamento”, afirma a especialista.

O resultado é produção de uma série de alimentos muito parecidos ou idênticos ao de origem animal, por exemplo: linguiça, salsicha, hambúrguer, empanado, quibe, almôndega, carne moída, leite e derivados, dentre outros.

 

As tendências dos ingredientes à base de plantas

Uma das tecnologias bastante promissoras para produção de ingredientes para aplicação em produtos plant-based é a fermentação. 

“A tendência é que, no futuro, os produtos alternativos sejam, em sua maioria, híbridos, ou seja, teremos um hambúrguer feito de plantas, mas que contêm gordura obtida por fermentação ou um produto lácteo plant-based com proteína láctea como a caseína, igual a animal, porém obtida pela fermentação”, explica a especialista.

Então, os ingredientes obtidos por fermentação permitirão obter produtos melhorados com relação à funcionalidade e características sensoriais.

“As empresas deverão produzir cada vez mais produtos saudáveis, saborosos e sustentáveis, que possam fazer parte das refeições diárias, promovendo a mesma experiência sensorial dos produtos de origem animal, porém com maior sustentabilidade”, salienta Ambiel.

A Gerente de Ciência e Tecnologia do GFI afirma que os alimentos precisam evoluir para chegar, cada vez mais próximos em sabor, aroma e textura em relação aos análogos animais.

Além disso, é preciso se preocupar com o apelo clean label (rótulo limpo) nas embalagens, pois os consumidores querem saber quais ingredientes são utilizados na produção do alimento.

 

Pesquisa e desenvolvimento de ingredientes brasileiros

Cristiana ainda reforça a importância da pesquisa e desenvolvimento ingredientes plant-based de origem brasileira. “A busca por ingredientes nacionais também deve crescer nos próximos anos, de modo a termos produtos com matérias-primas com gostinho brasileiro. Isso deve aquecer o agronegócio e possibilitar que os produtos vegetais tenham preços mais acessíveis.”

Ambiel conta que, até pouco tempo, o setor de proteínas alternativas era dominado pela soja e pela ervilha. Embora isso ainda continue sendo uma realidade, as marcas estão evoluindo e testando novos ingredientes.

Portanto, quando o assunto é possibilidades dos ingredientes plant-based, há muito espaço para novos desenvolvimentos e descobertas. Ainda há muito para ser explorado, principalmente com a utilização de ingredientes nacionais, que, como ressalta Ambiel, 20% da biodiversidade do mundo está no Brasil.

 

O que saber para aumentar a atuação no mercado de ingredientes à base de plantas

A GFI Brasil realizou uma pesquisa com 21 empresas do setor de proteínas alternativas que identificou algumas descobertas interessantes sobre as principais demandas da indústria.

Ambiel explica que, em síntese, o estudo “Oportunidades e Desafios na Produção de Feitos de Plantas Análogos aos Produtos Animais” revelou que as empresas gostariam de contar com: 

  • matérias-primas e ingredientes nacionais (84%);
  • matérias-primas e ingredientes com melhores funcionalidades tecnológicas (72%);
  • mais oferta de ingredientes que mimetizam o sabor característico em produtos plant-based (68%);
  • pesquisas sobre novos processos e ingredientes para obter o produto final com apelo clean label (64%);
  • mais soluções para obter o produto final com características nutricionais desejadas (64%);
  • mais oferta de ingredientes que mimetizam a textura característica em produtos plant-based (64%).

Com a crescente demanda por produtos vegetais, podemos esperar que num futuro próximo haja mais investimento em pesquisa e desenvolvimento no processamento e formulação de ingredientes plant-based, possibilitando produtos cada vez mais nutritivos e saborosos.  

LEIA MAIS:

Vem aí o marco regulatório de alimentos “plant based”

Lácteos plant-based: o que saber sobre o novo segmento

Proteínas e crescimento do plant-based

Cardápio à base de plantas ganha força no food service

A proteína do futuro: muito além do plant-based

Ocultar comentários
account-default-image

Comments

  • Allowed HTML tags: <em> <strong> <blockquote> <br> <p>

Plain text

  • No HTML tags allowed.
  • Web page addresses and e-mail addresses turn into links automatically.
  • Lines and paragraphs break automatically.
Publicar