A inteligência artificial (IA) pode trazer diferenciais competitivos relevantes para indústria alimentícia. O gerenciamento estratégico e tecnológico de dados permite controlar a matéria-prima e ingredientes, e se adequar a diferentes regulamentações. Traz ainda informações sobre preferências do consumidor e tendências de mercados, contribuindo para o desenvolvimento de novos produtos. Outra vantagem da big data é contribuir para o aprimoramento de atributos como sabor, textura e aroma na formulação de alimentos e bebidas.
É nesse último segmento de atributos técnicos que a NotCo, foodtech especializada em alimentação à base de plantas, é uma referência. Giuseppe é o nome da plataforma da empresa que, a partir da análise molecular de matérias-primas de origem animal e de plantas, encontra ingredientes com características semelhantes. O “chef de Inteligência Artificial”, como é chamado na empresa, tem na sua base de dados mais de 40 mil espécies de plantas.
"Trabalhamos com nossa inteligência artificial, o Giuseppe, no mapeamento das similaridades sensoriais e nutricionais dos ingredientes. Dessa forma, se queremos recriar o sabor do leite, podemos incluir o abacaxi - no formato, combinação e concentração corretas - para trazer notas lácteas aos produtos. Sempre pensando no consumidor final", detalhou Cynthia Pereira, diretora e R&D da NotCo, ao Food Connection.
Com mais de dez anos de experiência em multinacionais como Unilever e Danone, a engenheira de alimentos confirmou que a inteligência de dados é um dos setores prioritários das empresas de alimentos. A executiva afirmou que a NotCo se enquadra nessa tendência e vai além, pois a data science é uma das áreas com mais investimento na companhia e ainda contribui para a captação de recursos externos.
"Existe uma gama enorme de análises físico-químicas e sensoriais, por exemplo, que podem ajudar a definir as características de produtos finais, como um requeijão, bem como ingredientes específicos, como proteínas vegetais. Integrar esses dados para ajudar na predição e desenvolvimento de novos produtos é o desafio que a NotCo se dispõe a enfrentar", exemplificou Pereira.
Giulia Buendia Braghieri, head of growth and expansion North America da NotCo, explica que a interação entre Inteligência Artificial e humano – o time de chefs de cozinha, de P&D e de operações –, é o que faz o processo ficar cada vez mais rápido e aprimorado. “Nosso primeiro produto no mercado foi a NotMayo, uma maionese a base de grão de bico, que demorou 18 meses entre ter a primeira fórmula e conseguir escalar industrialmente. O segundo, o NotMilk, já demorou 10 meses. E o tempo foi diminuindo: toda a parte de alternativas para carnes já começou a encurtar entre 4 e 2 meses”, contou a engenheira alimentar em palestra do evento da FiSA, Trends To Watch.
Gestão do Ciclo de Vida de Produto
Já a Centric Software atua em outra vertente da inteligência de dados oferecendo uma plataforma integrada de Gestão do Ciclo de Vida de Produto (ou, em inglês, Product Lifecycle Management). Com esse banco de dados integrado, é possível, por exemplo, reduzir o time to market, diminuir custos, aumentar as margens de lucro, identificar ingredientes que não são sustentáveis e gerenciar recicláveis, diminuindo o desperdício.
De acordo com Gui Bueno, gerente de vendas corporativas da Centric, a inteligência artificial oferece análises históricas que facilitam a identificação de novas tendências. "Quando se tem total controle dos itens que têm sido mais vendidos, bem como das novas ideias e protótipos por parte da equipe de pesquisa e desenvolvimento, é possível ganhar ainda mais diferencial competitivo e se colocar à frente da concorrência em relação a lançamentos e novidades", afirmou Bueno ao Food Connection.
O executivo aponta o uso que a Wicked Kitchen, supermercado focado em alimentos à base de plantas, faz da plataforma de Gestão do Ciclo de Vida de Produto como um case de inteligência artificial. De acordo com Bueno, a empresa precisava de uma maneira para gerenciar os dados do processo de desenvolvimento dos produtos. Nesse caso, um dos desafios também era substituir a proteína animal por ingredientes vegetais.
"Além disso, um ponto muito importante era viabilizar o lançamento de produtos em diferentes países simultaneamente com requisitos exclusivos de ingredientes e rotulagem que têm diferentes cronogramas de varejista, modelos de distribuição, cadeia de suprimentos e padrões de conformidade", contou o gerente de vendas corporativas.
Com a plataforma de inteligência de dados, o supermercado planted based alcançou uma redução no tempo de desenvolvimento de produtos e, consequentemente, a diminuição do custo dos projetos. "Hoje a Wicked Kitchen possui uma infraestrutura digital que possibilitou expandir seu alcance a nível mundial, sem perder a precisão e a velocidade no desenvolvimento de novos produtos", disse o representante da Centric Software.
Warm Up FiSA
Para se preparar para os desafios do mercado, o Warm Up é o primeiro evento da Food ingredients South America 2022. No dia 02 de agosto, João Rafael Brites, Director of Growth & Innovation da HowGood, fala sobre "Inteligência Artificial e como o uso da tecnologia tem impulsionado o desenvolvimento de alimentos". Conheça novas plataformas e ferramentas que ajudam na criação de novos sabores e produtos mais sustentáveis. O evento digital terá três dias de conteúdo especializado e exclusivo. Faça aqui seu credenciamento online gratuito, válido para toda a Smart Journey Fi South America 2022, sendo assim, você automaticamente já estará inscrito para a FiSA HÍBRIDA e os demais eventos digitais do ano.
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