O consumo massificado foi resumido na célebre frase de Henry Ford: “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto". Mais de 100 anos depois do monocromático Ford T, a realidade mudou radicalmente. A onda da personalização e customização de produtos varreu todas as áreas, da produção automotiva à indústria de alimentos.
No setor alimentício, os grandes fios condutores da customização são sabor, forma, cor e valor nutricional. A utilização de apenas algumas dessas variáveis não garante ao consumidor a personalização que ele espera, afirma o engenheiro de alimentos Mario Slikta.
“As pessoas estão mais interessadas em consumir algo que traga não só uma boa sensação naquele momento, mas que contribua com seu estilo de vida e com sua saúde”, explica o especialista, que também é general manager da GNT, empresa especializada na técnica de coloração de alimentos utilizando outros alimentos, dona da linha EXBERRY®.
No mercado desde 1978, a GNT foi pioneira no lançamento de colorantes sem aditivos químicos, utilizando somente alimentos e água para tingir outros alimentos. A empresa tem trabalhado soluções para ampliar a gama de cores buscando atender à necessidade cada vez maior de apelo visual que os alimentos devem ter em tempos de profusão de postagens em redes sociais, e com o desafio de garantir não só beleza como valor nutricional e saudabilidade.
“Com as redes sociais, a aparência dos alimentos ganhou ainda mais poder no processo de decisão do consumidor. É bastante comum as pessoas definirem o que consumir pelas fotos e vídeos que outras pessoas publicam”, diz o especialista. “E nesse processo de atração e convencimento, a coloração do produto é um dos fatores fundamentais”, completa Slikta.
Leia a entrevista na íntegra.
O que os consumidores esperam hoje das sensações e valores que os alimentos podem oferecer ou representar?
Mario Slikta: O sabor sempre esteve no topo da experiência do consumo, a diferença é que, com o passar do tempo, outras variáveis foram inseridas. Os consumidores passaram a se interessar, por exemplo, pela origem dos alimentos para ter certeza de que não estão contribuindo com a destruição do meio ambiente.
Além disso, as empresas do setor estão preocupadas em garantir o melhor sabor e o melhor visual sem perder de vista o potencial nutricional dos alimentos, já que as pessoas estão também mais interessadas em consumir algo que traga não só uma boa sensação naquele momento, mas que contribua com seu estilo de vida e com sua saúde. Nesse cenário, o sabor e o visual devem ser proporcionados por ingredientes naturais e sustentáveis.
Diante dessa realidade, qual a importância da coloração na entrega do alimento ideal?
MS: A aparência dos alimentos sempre foi fundamental para disseminação dos produtos no mercado, mas com as novas mídias, isso chegou a outros patamares. Com as redes sociais, a aparência dos alimentos ganhou ainda mais poder no processo de decisão do consumidor. É bastante comum as pessoas definirem o que consumir pelas fotos e vídeos que outras pessoas publicam, sejam familiares, amigos ou influenciadores. E nesse processo de atração e convencimento, a coloração do produto é um dos fatores fundamentais.
O ser humano tem como principal sentido a visão. Desde o início, o ser humano identifica a qualidade de uma fruta pela cor. Muito tempo depois, os médicos se acostumaram a dizer para comer colorido porque é um indicativo de diversidade de vitaminas. Isso tudo ajuda a explicar o valor que tem a coloração na escolha das pessoas sobre o que elas devem comer.
Mas tem outro ponto importante, a cor do alimento precisa ser e parecer natural, caso contrário, um produto de aparência e ingredientes artificiais pode afastar consumidores. Uma pesquisa chamada Brazil - Clean Label mostrou que 65% dos brasileiros associam cores artificiais a um impacto negativo na saúde, e com a mudança gradual no perfil de consumo de muitos brasileiros, com uma busca acentuada por produtos saudáveis, a artificialidade dos ingredientes e da aparência pode ser um problema.
Como a GNT faz para auxiliar as indústrias alimentares na escolha e aplicação das cores?
MS: Antes de qualquer coisa, a GNT garante que as empresas tenham acesso às principais tendências de coloração para diferentes tipos de produtos, e entendam como as principais empresas do setor no mundo todo estão colorindo seus alimentos e bebidas. A GNT consegue oferecer isso porque é líder mundial em coloring food. Além disso, oferecemos também suporte regulatório para classificação e rotulagem, adequando os processos às exigências dos órgãos reguladores.
Na abordagem junto ao cliente, uma das primeiras perguntas que fazemos é o que ele quer fazer com o produto. Se é um produto que já existe e ele quer trocar por uma cor natural, a GNT já tem uma referência a partir dos produtos anteriores, e esse pode ser um desafio grande porque os concentrados de frutas e outros vegetais que usamos têm uma performance diferente das cores artificiais, e fazemos questão explicar isso ao cliente. A coloração a partir de ingredientes naturais exige mais cuidados, mas fazemos testes de estabilidade em laboratório para chegar ao que há de mais atraente sem perder a naturalidade.
Como as empresas fazem para utilizar essas cores no dia a dia da melhor maneira possível?
MS: Falando especificamente sobre o procedimento de implementação das cores, ele conta com workshops online conduzidos por nossos especialistas para que as empresas entendam a arte e a ciência de colorir seus produtos e possam fazer a aplicação em diferentes escalas. Também oferecemos informação para que a empresa tenha controle total sobre seus processos, materiais e tonalidades aplicadas em cada um dos seus produtos. A equipe de especialistas da GNT está disponível para ajudar os clientes em cada uma dessas etapas.
Como as cores da linha EXBERRY® são produzidas?
MS: Essencilamente, é como qualquer pessoa faria em casa, colocando vegetais no liquidificador com água, depois passando em uma peneira e evaporando a água. Dependendo do vegetal, é preciso colocar numa panela e ferver para tirar toda a água ou usar um calor mais suave para evaporar a água devagar. Nossos diferenciais estão na condução desse processo em escala industrial e na utilização de equipamentos poderosos.
Quanto aos ingredientes utilizados estão, entre outros, abóbora, cenoura, cúrcuma, cenoura preta, batata roxa, espirulina, cártamo, rabanete, pimentão, beterraba e hibisco, que são misturados entre eles em determinada proporção para que sejam atingidas as colorações que a indústria precisa.
O que faz da GNT referência em coloração de alimentos?
MS: A GNT traz, desde o final dos anos 70, soluções em colorir alimentos utilizando outros alimentos, o que dá não só a coloração esperada para apreciação de comidas e bebidas, mas também permite o apelo natural que se espera. A empresa começou a fazer isso quando começaram as primeiras manifestações organizadas contra o processamento exagerado de alimentos e a inclusão de muitos ingredientes químicos nas receitas.
Portanto, desde o começo da caminhada da GNT, quando ela foi criada na Holanda em 1978 pelo doutor Horst Hoeck, a empresa já tinha como missão dar um visual deslumbrante para os alimentos sem incluir solventes e outros produtos químicos, trabalhando produtos naturais e saudáveis.
Como a empresa pode colaborar para a disseminação da cultura de clean label (rótulo limpo), que está em alta em todo o mundo, inclusive no Brasil?
MS: Durante o processo de coloração do alimento, ingredientes naturais que já fazem parte da alimentação das pessoas - como frutas, vegetais e plantas - tornam desnecessária a utilização de ingredientes químicos, o que contribui para a oferta de produtos mais saudáveis. Isso garante que as empresas que já trabalham com produtos clean label não percam a adesão a esse movimento na etapa de acabamento do produto. Além disso, os termos complexos que geralmente acompanham os solventes e outros produtos artificiais são substituídos, no rótulo, por nomes que o consumidor conhece bem, como os dos alimentos que eu citei anteriormente, facilitando a compreensão sobre o que está sendo ingerido.
Quais cuidados a GNT tem ao colorir produtos plant-based?
MS: Os concentrados que a GNT produz não possuem qualquer elemento de origem animal, são feitos a partir de frutas, vegetais e plantas e, por isso, totalmente adequados à coloração de alimentos e bebidas plant-based, que estão ganhando uma adesão crescente no mercado por conta da mudança de comportamento alimentar de parte da população, que tem diminuído muito o consumo de produtos de origem animal. Com isso, os alimentos e bebidas que substituem carne, frutos do mar e laticínios podem ser coloridos para ganhar um visual mais atraente sem que percam o apelo sustentável e saudável.
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