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Alimentação Regenerativa: o futuro da sustentabilidade na Indústria Alimentícia

Especialistas discutem no FiSA 2024 como a alimentação regenerativa pode transformar a produção de alimentos, enfrentando desafios de sustentabilidade e combate à fome com tecnologias inovadoras e práticas sustentáveis. Saiba mais!

No Summit Future of Nutrition, congresso científico da Food ingredients South America (FiSA), um painel de especialistas discutiu a interseção entre sustentabilidade, tecnologia e a luta contra a fome. Com moderação de Beatriz Clark, fundadora da B. Clark, o debate contou com a participação de Alessandra Lopes de Oliveira, professora da USP; Natasha Monteiro de Pádua, cofundadora e CEO da Upcycling Solutions; e Rosana Blasio, CEO do Pacto Contra a Fome

Alimentação regenerativa: um novo paradigma

O conceito de alimentação regenerativa foi o tema central do painel, enfatizando a necessidade de ir além da sustentabilidade e focar na regeneração dos sistemas alimentares e ecossistemas. Natasha Pádua destacou que a sustentabilidade, embora importante, não é mais suficiente por si só. "Estamos lidando com uma dívida do passado que precisa ser corrigida. Devemos ir além da sustentabilidade e pensar em como regenerar o sistema", afirmou.

“Sabemos que no início o investimento (em sustentabilidade) é alto, mas, em longo prazo, é um negócio bastante rentável. É difícil a gente fazer um planejamento de longo prazo quando a meta de vendas é trimestral. Precisamos pensar lá na frente, mas sem deixar de lado o fato de que daqui três meses você tem que apresentar o resultado. Podemos começar com soluções de menor valor agregado e ir rentabilizando e justificando investimentos maiores. Sustentabilidade dá dinheiro, sim, mas é necessário investir” - Natasha Monteiro de Pádua, cofundadora e CEO da Upcycling Solutions

Alessandra Lopes de Oliveira complementou que a alimentação regenerativa envolve a produção de alimentos enquanto se mantém a saúde dos ecossistemas. Ela citou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como a erradicação da fome e a preservação da vida terrestre, como guias essenciais para essa abordagem. "Precisamos de mais do que apenas tecnologia; precisamos também de uma conscientização maior e investimentos em processos sustentáveis", afirmou.

Leia mais: O que é alimentação regenerativa e como a indústria pode se adaptar a essa tendência?

Desafios e oportunidades na indústria alimentícia

Rosana Blasio, CEO do Pacto Contra a Fome, abordou a questão crítica da insegurança alimentar no Brasil, um país que, apesar de ser um grande produtor de alimentos, enfrenta desafios significativos com desperdício e pobreza. 

"No Brasil, cerca de 64 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar. Precisamos unir esforços para transformar excedentes em oportunidades e garantir que mais pessoas tenham acesso a alimentos de qualidade", afirmou. 

Ela destacou que cerca de um terço da produção de alimentos é perdida em algum ponto da cadeia, e que essa perda poderia alimentar dezenas de milhões de pessoas. 

"Precisamos repensar como lidamos com os resíduos e excedentes, aproveitando-os para combater a fome e promover a sustentabilidade" - Rosana Blasio, CEO do Pacto Contra a Fome

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A importância da educação e inovação

O painel também abordou o papel crucial da educação e da inovação na promoção de uma alimentação regenerativa. Alessandra Lopes de Oliveira destacou a necessidade de integrar a academia, a indústria e a população para promover práticas sustentáveis e eficazes. "É essencial mostrar os benefícios econômicos e ambientais das novas tecnologias e processos. A academia deve colaborar mais estreitamente com a indústria para implementar soluções viáveis. 

“Hoje em dia a academia também se conscientiza de começar a demonstrar as avaliações econômicas para implantar um novo processo. Porque nós pesquisamos, demonstramos que o processo funciona, que ele é ideal, que ele vai ser limpo, que ele vai ser sustentável, só que nos esquecemos de mostrar o quanto isso vai custar. Então tem que ter um engajamento com a economia. Temos que começar a mostrar também o custo disso e educar, explicar para as pessoas a importância da alimentação regenerativa” - Alessandra Lopes de Oliveira, professora da USP.

Natasha Monteiro de Pádua concordou, enfatizando que a indústria deve ver os resíduos alimentares não como um problema, mas como uma oportunidade. 

"Estamos falando de proteína, fibra e outros nutrientes valiosos que muitas vezes são descartados. A indústria precisa adotar práticas de valorização desses resíduos e não esperar mais para fazer isso", concluiu.

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