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Alimentação pós-pandemia: busca maior por saúde e sustentabilidade

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Indústria acompanha demanda de consumidores por alimentos que sejam melhores para si próprios e para o meio ambiente

O coronavírus fez com que uma comparação se tornasse comum em muitos assuntos, inclusive, na alimentação: como era a indústria de alimentos antes da pandemia e como será agora que se desenha um cenário pós-pandêmico? A resposta vem dos consumidores e é ratificada pelas empresas: será mais saudável e mais sustentável.

A Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021: Um estudo global de percepções do consumidor, realizada em 31 países pelo Instituto Akatu e GlobeScan, questionou diretamente o que as pessoas pretendiam fazer mais na vida pós-pandemia. Mundialmente, 63% dos participantes afirmaram que vão prestar atenção à própria saúde; 48% vão reduzir o impacto ambiental e 43% vão priorizar empresas responsáveis. Olhando para as respostas dos brasileiros essas preocupações são ainda mais relevantes: 78% dos participantes afirmaram que vão prestar atenção à própria saúde; 65% vão reduzir o impacto ambiental e 55% vão priorizar empresas responsáveis.

"Na nossa visão, a pandemia trouxe sim uma mudança de perspectiva importante. Toda a contingência provocada pela Covid-19 reforçou a visão de que a alimentação está muito relacionada à saúde e bem-estar dos consumidores", disse Ronald Domingues, diretor Administrativo Financeiro e de RI da Dori Alimentos, ao Food Connection.

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A Dori oferece produtos de diferentes categorias com atributos de saúde e nutrição. Além de desenvolvê-los em laboratório de inovação próprio, a empresa faz parcerias com instituições de ensino e pesquisa, como a Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis (PBIS) e a Embrapa. Uma das iniciativas da Dori para atender ao desejo por alimentos com saudabilidade foi eliminar qualquer processo de fritura da categoria de amendoim, todos os produtos da linha são forneados.

Aposta plant based

No ano passado, 72% da receita da Dori veio de produtos vegetais/veganos, 86% de produtos sem lactose, e 69% de produtos sem glúten. "Algumas das principais tendências em snacks, que é o nosso segmento prioritário, estão relacionadas à origem vegetal ou plant based, disponibilização de pequenas porções e menor adição de sal, açúcar e produtos químicos", detalhou Domingues.

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Segundo a gerente sênior de Nutrição e Saúde na América Latina na Unilever, Fernanda de Oliveira Martins, a pandemia impulsionou a busca que já existia por alimentos mais saudáveis. "A preocupação com a saúde trouxe novamente os olhares aos alimentos à base de plantas. Comer uma dieta baseada em vegetais beneficia a saúde humana. Diferentes estudos mostraram que dietas baseadas em vegetais podem prevenir doenças, melhorando o controle glicêmico e reduzindo o risco de diabetes tipo 2 e excesso de peso, por exemplo. Há também fortes indicações científicas de que dietas baseadas em vegetais geralmente estão associadas a um risco reduzido de desenvolver doenças cardiovasculares, incidência geral de câncer e/ou mortalidade", disse a gerente ao Food Connection.

Sustentabilidade

Além de ser mais saudável, a dieta plant-based é mais sustentável. A executiva da Unilever mencionou dois estudos nesse sentido. A Comissão EAT-Lancet mostrou que se mais pessoas adotassem uma alimentação à base de plantas, as emissões de gases de efeito estufa poderiam ser reduzidas em até 80%. Já um levantamento do Boston Consulting Group BCG indicou que as proteínas alternativas representarão 11% de todo o consumo de proteínas até 2035. Com mais comprometimento tecnológico, de investidores e de reguladores, as proteínas alternativas poderiam chegar a 22% do mercado global nesse mesmo período.

"Comer alternativas vegetais de carne e laticínios é realmente uma coisa “verde”, ou ambientalmente amigável, a se fazer. Pesquisas recentes mostram que os consumidores em todo o mundo estão adotando proteínas alternativas e que a transformação de proteínas é uma das melhores ferramentas disponíveis para combater a crise climática", afirmou a gerente sênior de Nutrição e Saúde na América Latina na Unilever.

Estratégia

Os benefícios nutricionais e os ambientais levaram a Unilever a colocar os alimentos vegetais no centro de sua estratégia. "Acreditamos em dietas nutritivas que incluem mais variedade, mais alimentos sazonais, frutas e vegetais, legumes, grãos integrais e óleos saudáveis, menos carne e mais opções à base de plantas. Nosso portfólio de marcas está bem posicionado para ajudar milhões de pessoas a fazer a transição para uma dieta mais baseada em vegetais", explicou Martins.

Além da origem vegetal, a companhia garante que esses alimentos também têm outros diferenciais nutricionais."Projetamos sorvetes à base de plantas que cumprem nossos compromissos de açúcar e calorias para sorvetes embalados e geralmente têm um perfil nutricional melhor do que seus equivalentes lácteos, especialmente para calorias, açúcar ou gordura saturada. Nossos molhos veganos também são projetados para serem mais baixos em nutrientes preocupantes (gordura, sal e açúcar) e são aprimorados com nutrientes e ingredientes positivos, tornando-os nutricionalmente comparáveis ​​às nossas principais linhas de maionese."

Futuro plant-based

No passado, alimento plant-based era sinônimo de pouca variedade e muitas vezes sinônimo de soja. Mas esse cenário já mudou, e hoje está em prática a diversificação de proteínas: soja, ervilha, trigo, aveia, lentilha e fava. "Amanhã teremos que ir além disso, precisamos desbloquear o poder da biotecnologia. O próximo nível de inovação é produzir alimentos sem uso de terra e água por meio de fermentação e microrganismos", contou a profissional da Unilever.

De acordo com a gerente sênior de Nutrição e Saúde na América Latina, serão usadas fontes alternativas de proteínas emergentes e disruptivas. Essas matérias-primas podem ser categorizadas em quatro grupos: proteínas à ‘base de sol’, como lentilha e proteínas ‘recicladas’; proteínas microbianas unicelulares como microalgas, fungos e bactérias; fermentação de precisão que produz proteínas idênticas a animais; e agricultura celular ou carne de laboratório. "Não cabe a nós decidir para as pessoas o que elas querem comer, mas cabe a nós tornar opções mais saudáveis ​​e à base de plantas acessíveis a todos”, afirmou Fernanda de Oliveira Martins.

 

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