O salmão foi o prato principal da palestra de Felipe Katata, CEO da Cermaq Brasil, empresa líder mundial na produção do pescado, na Arena Gestão e Saber, durante a Fispal Food Service. O especialista contou duas notícias boas e uma ruim para o público presente no painel Salmão no Brasil - mercado, tendência e futuro.
A tendência positiva aponta que o cultivo sustentável de salmão é um pilar para o sucesso do setor. "Na salmonicultura, sustentabilidade tem uma relação direta com resultado, porque o peixe estressado desenvolve várias doenças. Se nós não agirmos corretamente e tratarmos o salmão de maneira adequada e prezando para que ele seja saudável, quem mais sofre é o setor, nossa operação", afirma Katata.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Chile, apenas no primeiro semestre de 2023, a commodity ultrapassou R$ 3 bilhões (cerca de 622 milhões de dólares) em vendas do Chile para o Brasil.
O executivo ressaltou a importância de um método de abate stress free para evitar que a qualidade da carne seja prejudicada. Esse processo prevê que o peixe entre na planta industrial por uma câmara escura para que não veja humanos e um abate em fração de segundos para que não haja tempo para o músculo receber um sinal de nervosismo.
Para garantir os padrões de qualidade, é possível monitorar a concentração de ácido lático na musculatura do salmão - um alto índice da substância indicaria que a carne estaria mais rígida.
Outra informação animadora que compõe esse cenário é o crescimento constante do consumo dessa proteína. No entanto, o setor precisa ficar alerta para a sensível balança que equilibra a oferta e a demanda, resultando em uma perspectiva de aumento de preços.
Segundo o CEO da Cermaq Brasil, o consumo de salmão teve um incremento de cerca de 6% nos últimos cinco anos, enquanto a produção mundial se tornou apenas 2% maior. "Se continuarmos nesse ritmo, a tendência é que o salmão fique cada vez mais caro", conclui.