A primeira edição da pesquisa Fispal Food Digital, realizada pela Fispal Food Service e Fispal Sorvetes em parceria com a EJFGV (agência Jr. da FGV), apontou que 31% dos estabelecimentos que servem comida, entre restaurantes, lanchonetes e similares, ainda não possuem nenhum tipo de serviço de delivery.
Em contraposição, portanto, 69% já aderem a serviços de entrega próprios ou realizados por terceiros, sejam aplicativos de entrega, entregadores autônomos ou empregados dos estabelecimentos.
A pesquisa apontou que, dentre os estabelecimentos que não possuem a opção de delivery, o principal motivo para a não utilização do serviço é a incompatibilidade com a proposta do estabelecimento (38,6%).
Ou seja, os administradores do local entendem que os serviços não estão prontos para atender suas demandas ou dos clientes ou que o próprio estabelecimento não está preparado para oferecer essa facilidade.
Em segundo lugar como motivo que mais afasta os estabelecimentos desse tipo de serviço estão as altas taxas dos aplicativos (24,8%).
Uma pesquisa realizada pelo Santander Negócios e Empresas em 2022 apontou que a taxa média cobrada pelos aplicativos de delivery é de 12% sobre as vendas.
“Percebemos que as altas taxas de aplicativos, os custos com entrega e o desconhecimento sobre o uso (desses aplicativos) acabam afetando principalmente os estabelecimentos de serviço limitado ou de balcão em comparação com self-service ou serviço completo, que é o a la carte”, explica Iago Peinado, membro do EJFGV e um dos coordenadores da pesquisa.
Quem prefere não aderir a aplicativos pode recorrer aos entregadores autônomos, mas o custo e as dificuldades operacionais com esse tipo de serviço também pesam e acabam inviabilizando a oferta dessa facilidade para os consumidores de muitos empreendimentos. Os custos com entregadores são razão para não adesão ao delivery de 12% dos comércios consultados, segundo pesquisa da Fispal.
Além desses, outros motivos que afastam restaurantes e lanchonetes do delivery são baixa demanda dos clientes finais por esse tipo de serviço (9,9%); desconhecimento sobre como utilizar aplicativos ou serviço de entregadores autônomos (9,9%); e gestão de relacionamento com os entregadores (5%).
Separação por público
A pesquisa também separou os estabelecimentos por público de cada classe social e revelou que as dificuldades divergem. Veja cada uma delas:
- Classe A: o principal empecilho para utilização do delivery é o custo com entregadores (16,7%), seguido pela falta de compatibilidade com a proposta do estabelecimento (15%);
- Classe B: o maior motivo está na gestão do relacionamento com os entregadores (40%) e na falta de compatibilidade com a proposta do estabelecimento (35%);
- Classe C: dificuldades com a gestão dos entregadores é o principal motivo (40%) da inviabilidade do delivery, seguido por baixa demanda (30%) e desconhecimento sobre como utilizar o serviço (30%);
- Classe D: a alta taxa cobrada por aplicativos é o principal motivo da falta de adesão (28%), além do custo com entregador (25%) e falta de compatibilidade com o negócio (22,5%);
- Classe E: os maiores motivos são baixa demanda (20%) e desconhecimento sobre como usar o serviço (20%).
Além disso, as razões para a não utilização de delivery são mais latentes nas microempresas, pois as altas taxas dos aplicativos influem mais nesses estabelecimentos do que em empresas de grande porte.
A conclusão do estudo diz que “estabelecimentos de porte menor são mais afetados pelos malefícios do delivery, portanto cabe aos seus operadores uma boa análise de viabilidade”. Conhecer bem as ferramentas e as condições para o uso do delivery pode tornar viável essa opção de serviço que soma uma boa receita aos estabelecimentos que o utilizam.
A pesquisa completa Fispal Food Digital está disponível para download gratuito; veja aqui.
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