A alta do dólar tem impactado muito no preço dos alimentos e praticamente todos os consumidores sentiram essa realidade. Itens básicos, como o óleo e o arroz tiveram os valores disparados e isso traz um problema sério para os empresários da gastronomia.
Afinal, é preciso manter a margem de lucro do restaurante, mas aumentar os preços dos pratos pode acabar espantando a clientela. Tal cenário tem deixado muitos empresários do food service em uma “sinuca de bico”.
Os impactos da alta do dólar no mercado de food service
Com o real desvalorizado, há uma alta nos preços dos produtos. Isso impactou profundamente o mercado de food service e o bolso do consumidor. Rodrigo Cohen, especialista em finanças e investidor profissional explica que, no ano de 2020, a nossa moeda foi muito desvalorizada. Isso aconteceu por conta de diversos fatores, como a pandemia da Covid-19, que fez com que o nosso PIB caísse.
Além disso, as longas discussões para aprovar a reforma da previdência e as crises diplomáticas do Brasil com países como a China, a Alemanha e a Argentina impactaram na desvalorização da nossa moeda, em relação ao dólar.
Tudo isso fez com que o mercado de food service fosse muito afetado. Alguns insumos tiveram o valor disparado e os empresários do segmento passaram a enfrentar bastante dificuldade para se manterem competitivos.
Melhores práticas para equilibrar o preço do cardápio sem perder a margem de lucro do restaurante
Cohen afirma: “Você precisa lidar com a sua empresa como se ela fosse quebrar amanhã”. Para o especialista, independentemente do dólar estar alto ou baixo, a regra número um para manter uma boa margem de lucro no restaurante é sempre cortar as despesas ao máximo. Dessa forma, em momentos de adversidade, não se fica sem saber o que fazer.
Fazer mudanças no cardápio também é uma alternativa para que os preços dos pratos não subam muito e a lucratividade seja mantida. “Pode-se escolher produtos que não são impactados pelo mercado internacional”, ele orienta.
Tendências para as movimentações do dólar nos próximos meses
Para que seja possível manter a margem de lucro do restaurante, é interessante que os empresários do segmento estejam atentos às tendências para as movimentações do dólar em curto e médio prazo.
Para o especialista, fazer previsões é sempre difícil, tendo em vista que existem muitas variáveis que podem impactar na valorização ou desvalorização da moeda. Ele explica que isso envolve as políticas dos Estados Unidos e do Brasil.
No que se refere ao governo americano, o especialista destaca que, recentemente, o presidente Joe Biden tomou posse. Ele explica que o governante é conhecido por sua política expansionista e já declarou que, em curto prazo, os juros não devem subir nos Estados Unidos. Isso anima os investidores a investir no país, o que faz com que o dólar suba.
Já no que se refere ao Brasil, a volatilidade é muito maior, tendo em vista que somos um país muito imaturo na política. Prova disso é que a nossa moeda, juntamente com a da Venezuela, foi a que mais se desvalorizou em 2020.
Apesar disso, Cohen explica que, como o real está muito desvalorizado, a tendência é que ele suba em algum momento. Por isso, a expectativa é que, em relação à nossa moeda, o dólar se mantenha como está ou caia.
Isso só deve deixar de acontecer se algum evento político de grandes proporções, como a eventual abertura do processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro se concretize.
De maneira geral, a dica para que você mantenha a margem de lucro do restaurante, no que se refere às movimentações do dólar, é estar sempre atento aos fatores que envolvem o aumento e queda da moeda. Assim, poderá projetar cenário e ir adaptando o seu cardápio, para seguir sendo competitivo e atraindo a clientela.