Qual a sua reação diante de uma nova tecnologia? Visitando empresas de diversos portes e segmentos, tenho encontrado dois comportamentos bem opostos, que valem uma reflexão.
Após uma breve apresentação de tecnologias para embalagem, a primeira pergunta, geralmente seguida de um "quanto custa", é o famoso "Quem já fez?"
Situação 1:
- Muito bom! Mas quem já fez?
Respondo: Olha, no seu segmento, ninguém!
- Então, eu quero!
Situação 2: (mais comum)
- Muito bom! Mas qual empresa do meu segmento já fez?
Respondo: Olha, no seu segmento, você pode ser o primeiro!
- Aaah, então tá, depois que algumas empresas fizerem, a gente também faz.
Longe de qualquer julgamento, até porque existem conservadores e inovadores bem-sucedidos, o fato é que todo novo aprendizado, seja na área tecnológica ou em qualquer outra, passa por um processo chamado curva de aprendizagem. Quem erra antes adquire boa vantagem competitiva.
Quer um ótimo exemplo? No começo da década de 90, quando o comércio brasileiro nem sonhava em vender pela internet, um pequeno varejo do interior de São Paulo criou sua primeira loja eletrônica. Um espaço físico bem modesto, sem exposição de produtos e muito menos estoque. Uma grande maluquice na época! As vendas eram realizadas através de terminais eletrônicos, que exibiam vídeos (gravados em VHS) dos produtos. Vendedores reais conduziam a experiência "virtual", dando todo o suporte ao cliente. Era uma forma de estar presente em cidades onde as lojas de departamento jamais conseguiriam chegar.
Sabe onde isso foi parar? A Credit Suisse, um banco suíço de investimentos, previu há alguns anos o que os especialistas estão chamando de Apocalipse do Varejo ou Efeito Amazon. E ainda fez uma análise detalhada do que eles acreditam ser os 7 varejistas que sobreviverão a esse apocalipse. Sabe quem é o único varejo brasileiro em destaque nessa lista? Pois é! Aquele pequeno varejo do interior de São Paulo que ousou vender virtualmente quase 10 anos antes do chamado "comércio eletrônico".
Hoje, o Magazine Luiza é a maior referência de inovação no setor na América do Sul. Talvez porque antes mesmo da internet, o Magazine Luiza viu que precisava conversar e encantar as pessoas onde elas estivessem. De preferência, antes dos seus concorrentes. Recentemente, ouvi dizer que um gigante global do varejo contratou profissionais do pequeno varejo do interior de São Paulo para montar seu e-commerce.
E aí eu te pergunto:
Quem já fez?