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Gestor de energia ganha força

Impactos dos gastos com energia tem feito com que esse tipo de profissional apareça mais e tenha poder de decisão

Os gastos da indústria com energia podem representar mais de 40% dos custos de produção. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro mostra que esse custo em junho de 2017 era de R$ 487,14/ MWh.

Como cada vez mais esses custos estão adquirindo importância na composição final dos produtos, uma figura vem ganhando força dentro das empresas: o gestor de energia. Por esse profissional podem passar decisões que vão desde as ações para eficiência energética da planta até o desenho para a estratégia de formulação de contratos no mercado livre, modalidade em que os grandes consumidores de energia podem escolher como vão comprar o seu suprimento, de qual fonte e em qual prazo.



De acordo com Ângela Saraiva, diretora de Gestão de Clientes da Electra Energy, o interesse das empresas na gestão de energia vem crescendo nos últimos anos. Em empresas menores, com apenas uma planta, a opção é pela contratação de um gestor externo para fazer a gestão. Já nas maiores, com mais de uma unidade, também há contratação de terceiros, mas há o gestor específico, que é um funcionário da empresa que vai além da elaboração de ações de eficiência energética e dos gastos com energia, que é o responsável pelas escolhas de compra no mercado livre.

"Por que a gestão de energia para as empresas acaba não sendo só eficiência energética, máquinas e demanda. Acaba partindo para a parte de preço de mercado", explica.

Manter a competitividade da empresa, as preocupações com o custo de energia e acompanhar o dia a dia na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica [autarquia que registra os contratos de energia do mercado livre] são outras atribuições desse gestor que Marcelo Ávila, Vice-Presidente da Comerc, enumera. Segundo ele, uma outra atividade do gestor que não deve ficar de fora é a participação na discussão regulatória, observando o que no setor elétrico impacta no negócio dele. "Saber o que é debatido em audiências e consultas públicas e o que as associações falam é importante. Essas funções são o que agregam para a empresa e para o profissional", revela Ávila.

Mas para desempenhar uma tarefa tão relevante, a experiência desse profissional é de grande importância. Sem uma formação acadêmica específica - geralmente são egressos da economia, administração ou engenharia - seu tempo de trabalho na área vai ser fundamental, já que vai lidar com compra de energia no longo e curto prazo. A diretora da Electra Energy considera que um gestor deve ter uma atuação de pelo menos oito anos para indicar operações estruturadas. Já Marcelo Avila, da Comerc, frisa que a experiência na gestão dos negócios é crucial, para que ele possa formular as estratégias ideais.

Estudo apresentado em setembro de 2018 pela Federação das Indústrias de Santa Catarina mostrou que a tarifa média paga pela indústria brasileira é 127,3% superior à paga pelo setor nos Estados Unidos, 94,9% maior que a do Canadá e 9% acima da Alemanha. Ainda de acordo com o estudo, a média da tarifa industrial do país acumula uma alta de 85,8% entre 2008 a 2017, maior que a inflação registrada pelo índice IPCA, que ficou em 71,5%.

Ações de eficiência energética nas unidades, como a troca por máquinas que consomem menos energia e a adoção de lâmpadas de LED trazem impactos positivos nas contas, já que reduzem o consumo. Mas a gestão dos contratos de energia no mercado livre também traz impactos positivos. A diretora da Electra Energy dá como exemplo o caso de um cliente em que uma operação estruturada de compra de energia chegou a representar uma redução de 10% nos custos dele e economia de dezenas de milhões de reais em um ano.

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