Em frigoríficos, para eliminar contaminantes, toda carcaça precisa ser desinfetada e higienizada antes do seu pré-resfriamento. Para essa ação, muitos frigoríficos costumam utilizar tratamentos à base de cloros. Porém, apesar de eficiente, esta técnica vem sofrendo várias restrições em decorrência do perigo que o cloro pode causar à saúde humana.
Por esta razão, as indústrias de alimentos estão sendo obrigadas a buscar alternativas em seus processos. Dentre elas, àquela que vem ganhando destaque é a utilização de ozônio na higienização de carcaças de aves, visto que este é um gás com alto poder microbicida e que não deixa nenhum resíduo ambiental.
Recentemente, a FZEA/USP (Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP), capitaneada pelo professor Marco Antonio Trindade, e a Brasil Ozônio realizaram conjuntamente uma pesquisa que buscava promover a higienização de carcaças de aves com ozônio em substituição ao cloro. E os resultados foram satisfatórios.
Posso substituir o cloro por ozônio na higienização de carcaças de aves?
Rotineiramente, a forma tradicional de higienização de carcaças de aves é a adição de cloro. No entanto, o administrador da Brasil Ozônio Samy Menasce explica que este produto químico, além de apresentar maior custo de aquisição e armazenamento, gera também maior risco no seu manuseio, com contaminação adicional aos efluentes pela geração de organoclorados.
Por esta razão, o ozônio tem sido cada vez mais pesquisado como uma alternativa barata, segura e prática. Isso porque, este elemento é eficaz na descontaminação bacteriana, fúngica e viral de fluidos, objetos, alimentos e dos ambientes.
Segundo a pesquisa, a substituição do cloro por ozônio traz vantagens significativas na questão ambiental, higiênica e econômica da atividade.
“O ozônio, quando produzido em alta concentração, é o mais potente germicida e o segundo mais potente oxidante de que se tem conhecimento. Além disso, é 100% natural, não deixando nenhum resíduo”, garante Menasce.
De fato, devido ao seu poder germicida, a higienização de carcaças com ozônio elimina vírus, bactérias, fungos e protozoários, dentre os quais a Salmonela, que sempre foi um dos maiores desafios dos frigoríficos. Daí sua importância.
Higienização com cloro x Higienização com ozônio
Menasce explica que com o uso do cloro não há total eliminação de vírus, nem de todo o espectro de bactérias, deixando também resíduos no produto final. “Por estas razões, em países de primeiro mundo não é mais aceito resíduos de cloro em alimentos”, explica.
Já a aplicação do ozônio (desde que respeitada e utilizada tecnologia adequada) não está sujeita a nenhum dos malefícios pertinentes ao uso do cloro. “Por ter como matéria prima o “Ar Ambiente” cujo resíduo é o “Oxigênio”, o ozônio não deixa nenhum tipo de resíduo na água ou produto final”, diz Menasce.
Além disso, a tecnologia desenvolvida permite que este elemento possa ser gerado no próprio local da aplicação, viabilizando com menor custo tanto o reuso da água utilizada no processo, como o tratamento de efluentes resultante desta para descarte.
Os custos de operação com ozônio são menores!
Além das vantagens do ozônio sobre o cloro, Menasce explica que o custo de operação é relativamente menor: “O custo do sistema com ozônio é referente somente à aquisição do sistema de geração deste elemento, além da questão operacional de energia elétrica. Além disso, não há matéria prima (que é o Ar Ambiente) ”, explica Menasce.
Outra vantagem é que além de eficiente, o sistema que utiliza o ozônio é modulável, sendo, portanto, facilmente adaptado a todo tipo de estabelecimento, desde os pequenos até os grandes frigoríficos.