O mercado de microcervejaria está em franca expansão. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2017 o Brasil computou o número de 610 cervejarias cadastradas - em 2016, esse número era de 522. Ainda conforme o MAPA, houve um salto nos últimos dez anos. Esse nicho aumentou em seis vezes em uma década. Esse crescimento e os altos números de empreendedorismo na área se devem em boa medida ao fato de o Brasil ser o terceiro maior consumidor de cervejas do mundo.
Os estados que mais investem em microcervejarias no país são Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Em relação ao consumo, cabe ressaltar que, em países como o Brasil, esse fato está atrelado à economia. Se a economia vai bem, o consumo aumenta, e se vai mal, esse consumo é resfriado.
Em muitos casos, a produção de cervejas artesanais começa como um hobby e acaba migrando para algo mais profissional, tornando-se uma microcervejaria, como explica o vice-presidente do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (ITESCS), Thiago Matsumoto.
“Algumas pessoas começam essa produção na garagem de casa, com os amigos, e depois descobrem que é possível vender o produto. Então, inicia-se o processo de profissionalização e é nesse momento que, quem começa dessa forma, precisa entender que a produção de cervejas é uma indústria”, destaca.
A importância do equipamento adequado
Por ser uma indústria, para entrar e permanecer no mercado de microcervejaria, é preciso tomar uma série de cuidados, em especial com o maquinário, conforme explica o sócio do Instituto da Cerveja, Estácio Rodrigues.
“Um maquinário de pouca qualidade pode render de 800 a 850 litros, enquanto um de melhor qualidade poderá render mil litros de uma só vez - ou seja, um maquinário inferior proporciona uma perda de produto ao longo do processo, enquanto um maquinário de boa qualidade faz com que o rendimento seja maior e se produza cerveja de melhor qualidade”, esclarece.
Oportunidades no mercado de microcervejaria
Por ser um mercado em expansão, ele traz inúmeras oportunidades. Matsumoto recomenda ter um olhar mais amplo para o negócio. “Para aproveitar as oportunidades desse segmento. Você não precisa ter a linha de produção, pode ter a fórmula e terceirizar a linha de produção, ou ainda, oferecer outros produtos que serão necessários para o funcionamento da microcervejaria como, por exemplo, o software que irá auxiliar na produção ou venda do produto ou a matéria-prima que irá originar a cerveja”, destaca.
No entanto, se o foco for a produção da cerveja, também há grandes oportunidades para empreender. Nos grandes centros, mesmo com o salto já dado, há muito espaço para crescer, na construção de lugares para fazer cerveja. Uma alternativa é a criação de bares com equipamentos para produzir cerveja, os conhecidos Brewpubs, onde existe uma microcervejaria dentro do bar ou restaurante.
Como chegar a esse mercado?
O brasileiro por si só tem uma veia bastante empreendedora, porém ela deve ser usada da maneira correta para obter êxito nos negócios. Para investir no mercado de microcervejaria, é preciso conhecer o mercado e seus meandros.
“Esse não é um mercado fácil de entrar. Não basta investir e achar que no dia seguinte se estará produzindo cerveja de qualidade e vendendo para um grande público”, enfatiza Rodrigues.
Portanto, o nicho das microcervejarias exige muitos conhecimentos técnicos e administrativos - e isso inclui descobrir os melhores fornecedores, os melhores maquinários e a matéria-prima mais indicada para utilizar na produção. Por isso, é importante frequentar cursos, eventos e buscar uma consultoria especializada no setor. O benchmarking com quem já tem um negócio semelhante também pode ajudar bastante. Depois de buscar informação, é preciso entender o funcionamento do mercado de microcervejaria e buscar parceiros e a melhor estrutura para desenvolver um produto de qualidade.
“Estamos falando de um segmento que, embora esteja em expansão, é pequeno, com 1,2% de fatia de mercado. Então o ideal, principalmente se o empreendedor em questão não entende da área, é ter ao seu lado alguém que conheça profundamente o mercado”, aconselha o sócio do Instituto da Cerveja.
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